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Tive a oportunidade de ter feito parte de duas Juventudes Partidárias. Quais foram não interessa porque não vou aqui debater em qual das duas tive uma melhor experiência, mas sim procurar reflectir sobre o quão positivas estas podem ser para a nossa Sociedade.
Numa Sociedade onde os Cidadãos cada vez menos se interessam pelo País cabe às Juventudes Partidárias a dura tarefa de contornar esta espiral de desinteresse.
O problema é que estas Organizações já há muito que foram tomadas de assalto por indivíduos de ambos os sexos que procuram fazer da Política a sua carreira profissional alimentando a Corrupção porque tal faz parte da sua profissão. São por norma pessoas com formação superior mas que nunca souberam o que é o mundo do trabalho dado que andaram, e andam, sempre próximas do Poder e dele vivem e sobrevivem como parasitas que se tornam cada vez mais gananciosos à medida que o tempo passa. Paulo Portas, José Sócrates, Miguel Relvas, Carlos Moedas e Passos Coelho são alguns bons exemplos deste tipo de indivíduos. Para além do problema dos “papa tachos” que nunca fizeram nada na Vida senão Política, eis que temos os fanáticos que fazem da sua militância uma espécie de Clubismo e tudo o que o Líder diz e faz, por muito disparatado que possa ser, é para se vangloriar e quem não alinhar na dança é atirado borda fora.
O Bloco de Esquerda optou por não ter Juventude Partidária porque, como disse atrás, estas já não são bem vistas pela Sociedade, mas não creio que a solução passe por tal radicalismo. E também não é pelo facto de o Bloco não ter uma Juventude Partidária que faz dele um Partido credível aos olhos da maioria dos Portugueses. Os últimos resultados eleitorais falam por si.
O que as Juventudes Partidárias precisam é de ser mais pro activas, terra a terra e mostrar interesse e vontade de intervir verdadeiramente na Sociedade mostrando que estão atentas, do lado dos Cidadãos e que trabalham sempre em prol do bem-estar deste último. Esta atitude da JSD (Juventude Social Democrata), embora sendo de um Partido que não me identifico nem nunca me identificarei, é de louvar e parece-me ser algo bem-intencionada se bem que tem por detrás uma clara intenção política. O problema é que isto será, quase de certeza, sol de pouca dura…
Descobriram a pólvora. Desde que o assalto neo nazi ocorreu em Kiev que eu vinha alertando para que era sempre melhor ter a Rússia como aliada do que como inimiga.
Os Políticos Europeus resolveram seguir o caminho da ganância em vez da razão. Inclusive entraram no “joguinho” dos Estados Unidos que não perdem uma oportunidade de chatear a sua velha inimiga Rússia, e agora estão literalmente “com as calças na mão” com tendência a piorar.
Tudo isto é uma bofetada enorme de realidade em todos aqueles que se deixaram levar pelas meninas Ucranianas de olhos azuis, cabelo loiro e face angelical que proclamavam por Paz e pela União Europeia no youtube e outros canais.
O que aconteceu em Maidan foi uma farsa. Um acontecimento anti democrático levado a cabo por forças extremistas que tem no racismo e ódio ao vizinho do Leste a base de toda a sua política. Política esta que foi apoiada e mantida em funções pelo actual Presidente da Ucrânia.
A União Europeia deu uma de “chico esperto” pois pensava que conseguiria finalmente controlar o Mar Negro e desta forma acabar de vez com o monopólio Russo/Iraniano do Gás e Petróleo, mas o tiro saiu-lhe pela culatra e agora quem vai sofrer na pele são os Cidadãos Europeus. E muitos destes Cidadãos já foram fortemente fustigados pelas Troikas, uma invenção do actual elenco político da União Europeia.
Tanto no panorama Internacional como a nível Interno a Europa mostra que não poderá nunca ser o tal Estado Federado que muitos alucinados desejam.
Para mais o actual estado das coisas terá tendência a agravar pois quando os Russos se lembrarem de fechar a torneira do gás e do petróleo, fazendo desta forma aumentar o preço dos mesmos, o processo de construção Europeu irá sofrer mais um duro revés fruto da contestação popular que terá muita razão para apontar o dedo a uma Europa cada vez mais perdida e arruinada por culpa própria.
Há muito que tenho este pensamento que resolvi colocar como título deste desabafo. O recado não é inteiramente dirigido aos Cidadãos. Não o é porque estes têm muito com que se preocupar e a verdade seja dita que tanto em Ditadura como em Democracia o que lhe interessa é viver o seu dia-a-dia e ir fazendo frente aos desafios que a Vida lhe coloca.
O recado é dirigido à nossa Classe Política. Mais concretamente à actual que não teve participação directa no 25 de Abril dado que na altura era demasiado jovem para tal.
Desde o inicio desta semana que tenho ouvido e lido fervorosas iniciativas da parte da Assembleia da República e da Presidência sobre a Revolução dos Cravos. Recuperação de Murais, Poemas da Revolução, Discursos sobre a Liberdade, Debates sobre o 25 de Abril, Histórias dos tempos da Ditadura, etc., etc. São várias as iniciativas dos Órgãos Democráticos do nosso Portugal. Mas não tenhamos a mais pequena dúvida de que são todos gestos meramente hipócritas e obrigatórios.
E porque afirmo tal cosia? Muito simples. Basta que recordemos o comportamento patético e alucinado da Sra. Presidente da Assembleia da República perante a vontade que os Capitães de Abril manifestaram em discursar na Casa do Povo. Exigia-se muito mais de uma Representante não eleita do maior símbolo Democrático Português e nem o estapafúrdio pedido de desculpas apaga ou faz esquecer o seu triste comportamento.
Depois temos os Srs. e Sras. Deputados(as) que são eleitos pelos variados Círculos Eleitorais mas que cedem à disciplina de voto do seu Partido mesmo quando esta mesma disciplina atenta contra os interesses da População que os elegeu.
Dizem que isto é Democracia representativa, mas quem consegue contactar e expor os seus problemas ao Deputado/Deputada que foi eleito(a) pelo seu Círculo Eleitoral? Ninguém. Aliás se houver quem saiba qual foi o Político do seu Círculo Eleitoral que foi eleito para a AR que me diga pois é algo que penso que o comum dos Cidadãos desconhece.
E há muito mais para dizer. Mas fico pela repetição do título: Abril não é só em Abril embora quem esteja no Cadeirão do Poder pense que dá um certo jeito recordar Abril no 25 de Abril e depois passar o resto do ano a lixar-se para as eleições e para quem o elegeu.
Ontem aconteceu algo que marcará com toda a certeza a história da Democracia Portuguesa. A Policia violou a Lei que jurou aplicar e defender.
Nunca tal coisa passaria pela cabeça do cidadão porque a Policia foi sempre uma forte aliada do Poder vigente e a prova disto é que mesmo com o 25 de Abril a entrar pelas ruas adentro, tanto a PSP como a GNR permaneceram fieis ao Estado Novo até este ter dado o seu último suspiro.
Actualmente a Sociedade Portuguesa, embora mais evoluída e instruída, olhava para as Forças da Ordem com desconfiança e desrespeito.
Escrevi “olhava” porque aquilo que os Sindicatos da Policia fizeram na escadaria da Assembleia da República com a anuência dos seus colegas que estavam destacados para a defesa do nosso Parlamento mudou a visão que muita gente ainda tinha dos Agentes, Guardas e Inspectores.
A tomada pacifica da escadaria em protesto contra os cortes cegos do Executivo Passos/Portas mostrou que afinal a Policia talvez seja humana e está do lado dos cidadãos.
Contudo há que ver a outra face da moeda. E quando digo tal coisa não estou aqui a chamar o discurso de grilo falante de Morais Sarmento (acérrimo defensor do actual Governo), mas sim a chamar a atenção para o que poderá acontecer no futuro.
È que se porventura o Executivo abrandar os cortes que pretendia levar a cabo nas Forças da Ordem e continuar a aplicar a sua receita masoquista de austeridade sem dó nem piedade a todos os outros sectores da Sociedade, então esta invasão das escadarias que parecia representar a vontade de todos nós transforma-se num gesto egoísta e egocêntrico que mais tarde trará graves problemas à Policia quando esta tiver de dispersar manifestantes que tentem levar a cabo o mesmo tipo de invasão.
O mal de toda esta história é de ser obrigatoriamente como as moedas e tem duas faces. Vamos esperar que a outra face nunca se mostre para o bem da nossa Democracia.
Os Portugueses são conhecidos por serem pessimistas por natureza. Por um lado tal maneira de ver as coisas não é de todo censurável porque em Portugal as coisas estão sempre de tal forma que hoje em dia é raro encontrar quem encare o seu dia-a-dia com algum optimismo. Aceito até que exista um optimismo moderado mas está longe de ser um sentimento generalizado entre nós.
Por outro lado este pessimismo não tem razão de existir. Ou melhor a razão da sua existência centra-se somente na sua existência. Passo a explicar.
Toda a gente se queixa que em Portugal as coisas estão más, que os políticos são corruptos, que existem job for the boys que são eternamente sustentados pelos contribuintes, que a Democracia não funciona, que o sistema eleitoral é obsoleto, etc., mas no meio de tantas queixas ninguém faz absolutamente nada para que tudo tome outro rumo.
É necessário que se tome de uma vez por todas uma posição. Algo tem de ser feito porque existe Vida para além do batido discurso do “são todos os mesmos, para quê chatear-me com isto”. A Democracia deu ao cidadão uma arma poderosa que pode e deve ser usada quando este entenda que as coisas não vão de encontro ao que pretende para o seu País.
O voto é sem sombra de dúvida a forma mais eficaz que este Povo plantado à beira mar tem de acabar com o seu irritante pessimismo. E quando falo em voto não estou a dizer para o fazerem votando no candidato A, B ou C mas sim para se acabar de vez com esta coisa da “clubite” partidária apostando em força no voto em branco quando não nos agrade o que nos é proposto no boletim de voto. Se o n.º de votos em branco for elevado nenhuma eleição se decide e desta forma os Portugueses mostram um cartão vermelho à classe política vigente.
Temos portanto nas nossas mãos a possibilidade de acabar de vez com o mais que irritante pessimismo Luso. Haja agora vontade de fazer alguma coisa em vez de passarmos a maior parte do tempo a lamentar-nos.