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Mais um dia de greve nos Correios. Mais um jogo de força entre a Administração dos CTT, Trabalhadores, Sindicatos e Governo para se apurar quem tem razão no meio de tudo isto. Muita Política e muito interesse são o que me apetece dizer sobre um processo em que ninguém fica bem na fotografia.
Não fica bem a Administração dos CTT porque mais uma vez desvaloriza um protesto. À Mulher de César não lhe basta parecer seria, tem de o ser e se a Administração dos Correios de Portugal quer passar a imagem de que tudo é para ser levado a sério no seu processo de privatização, então já deveria ter há muito explicado o porque dos seus Trabalhadores insistirem nas Greves. Para mais ter na sua Direcção alguém que antes geria uma Empresa de Cimentos que aposta no fecho irracional de postos e marcos de correio não abona em nada a favor da suposta seriedade dos CTT.
Os Trabalhadores mesmo com tanta mediatização ainda não conseguiram passar a sua mensagem. È verdade que muitas ruas (a minha incluída) não têm ainda um carteiro que assegure a normal distribuição postal e é também um facto mais que realista que os carteiros estão sobrecarregados de trabalho, mas não é sobre isto que assentam as Greves dos CTT. Pelo que se ouve e lê faz-se Greve porque os Trabalhadores não concordam com a privatização total da empresa. Melhores condições de trabalho e outras coisas do género é um argumento que vem ao lume depois de “uma boa puxadela” da parte dos Jornalistas.
Quanto aos Sindicatos não vou aqui dizer que estes não estão a tentar velar pelos Direitos dos seus Associados, mas cabia principalmente a estes explicarem porquê razão se faz Greve nos CTT. Mas o resultado é sempre o mesmo que o dos Trabalhadores, ou seja, estão contra a privatização total dos CTT e o resto só se fala depois de muita insistência.
Por último temos o Governo. Aquele que é de todos o que pior fica neste processo. Não por algo que tenha directamente a ver com as Greves mas sim porque vai seguir o mesmo caminho que outros Governos seguiram e que tanta crítica mereceu da parte do actual Executivo. Não existe alguma Directiva Comunitária que obrigue a que se proceda a uma privatização total dos Correios, o que nos leva a concluir que Passos Coelho, Paulo Portas e Maria Luís Albuquerque se preocupam apenas em “desenrascar” uns milhões de euros por agora e mais tarde quando for preciso dinheiro privatiza-se outra coisa qualquer. Quando não houver nada (entenda-se o “nada” por empresas que irremediavelmente são lucrativas) para se privatizar quem cá estiver que resolva o problema.