Saltar para: Posts [1], Pesquisa e Arquivos [2]
imagem retirada de zerozero
Começa a ser um hábito. O Futebol Clube do Porto joga no Estádio do Dragão e São Pedro faz o impossível para que as condições climatéricas sejam o pior possível para todos os intervenientes no espectáculo. Inclusive para a assistência! Se o Santo em questão é benfiquista, então os planos tem-lhe corrido mal, Muito mal dado que não é a chuva intensa e o vento forte que tem impedido os azuis e brancos de alcançar o seu objectivo que é a vitória. Já foi assim diante do Sporting Clube de Braga e voltou a ser assim – hoje – diante de um tal de “Belenenses SAD”.
Este tal de “Belenenses SAD” foi a mesma equipa que tanto deu que fazer ao conjunto de Sérgio Conceição aquando da visita dos portistas ao Estádio do Jamor em mais uma jornada da Liga NOS. Na altura os Dragões conquistaram uma sortuda vitória tangencial (se calhar já se estava a prever a derrota caseira diante do Guimarães na jornada seguinte). Desta vez os portistas foram bem mais fortes do que a tal de SAD e impuseram o seu (nem sempre bem jogado) futebol. Obviamente que entre o que se passou no Jamor e no Dragão existem muitas diferenças.
A primeira delas está no simples facto de Óliver Torres se encontrar a atravessar um momento de forma fantástico. O meio campo dos Dragões agradece e o espectador também dado que deixa de ser cada vez menos necessário recorrer ao pontapé para a frente e Marega e/ou Tiquinho que resolvam. Alheio a tal não está, obviamente, a ausência por opção de Héctor Herrera… Mas isto são “outros quinhentos”.
A outra grande diferença reside, tão-simplesmente, no simples e evidente facto de que Jesús Corona está a atravessar um momento de forma sublime! O moço pode ser colocado a jogar em qalquer posição (inclusive na posição de defesa lateral direito) que o seu desempenho é sempre divinal. Neste jogo diante do “Belenenses SAD” tal sucedeu e foi muito por causa de tal que o Futebol Clube do Porto venceu hoje e seguiu em frente na Taça de Portugal.
A outra grande diferença (e esta com um certo “peso” na vitória portista) é que me pareceu que os comandados de Silas vieram ao Dragão não para tentar lutar pela vitória e consequente passagem aos oitavos de final da prova, mas sim para dar umas boas cacetadas a tudo o que estivesse em campo de azul e branco vestido e - de quando-em-vez - rematar à baliza de Fabiano na esperança de que a Deusa da Fortuna fizesse com que a bola entrasse. Quando uma equipa opta por este tipo de comportamento o mais natural é perder o jogo. E assim foi.
A vertente mais negativa e que, admito, me fez uma tremenda confusão 4residiu no facto de que durante largos minutos a equipa portista optava por atacar por uma das faixas sendo que este mesmo ataque culminava - sempre! - com um cruzamento para área sem nexo e sentido algum. Alex Telles já devia saber que antes de se cruzar para a área adversária se deve levantar a cabeça para se idealizar o que se vai fazer. Isto da “bola para o mato e a sorte que resolva” pode ter funcionado durante muitos anos para o “falecido” SC Salgueiros. Numa equipa como o FC Porto tal forma de estar em campo pode muito vem vir a custar caro… A emendar caro Sérgio!
Segue-se agora mais uma jornada europeia. Uma jornada que pode fechar com uma chave de ouro a fase de grupos da Liga dos Campeões. Por isto toca a “inventar” pouco e a demonstrar que aquele jogo na Alemanha não refllectiu a real valia da equipa portista diante de um muito mediano Schalke 04.
MVP (Most Valuable Player): Jesús Corona. Estive para atribuir esat nomeação a Oliver Torres, mas hoje Jesús Corona esteve – mais uam vez – “endiabrado”. Jogou e fez jogar, o internacional mexicano é hoje o “terror” de qualquer linha defensiva. Espero que a grande forma e moral elevada de Corona se mantenham por muito tempo para o bem de toda a Nação Azul e Branca.
Chave do Jogo: Desde o principio que o “Belenenses SAD” demonstrou não estar muito interessado em lutar pelo resultado e consequente vitória nesta eliminatória da Taça de Portugal, pelo que o golo de Tiquinho Soares no minuto 12 da partida acabou por ser a “chave” que abriu as portas ao sucesso da equipa da casa.
Arbitragem: Jogo bem ajuizado por Nuno Almeida, que tirando o lance do penálti (que parece bem assinalado) não teve grandes dificuldades. Análise e opinião de Gaspar Castro (jornalista do site zerozero)
Positivo: Bons momentos de futebol. Quando o Futebol Clube do Porto queria e lhe apetecia até que brindou o público (presente do Estádio do Dragão e não só) com momento de um futebol colectivo fantástico.
Negativo: “Bola para o mato e Tqiuinho que resolva.” Esta foi a postura ofensiva pela qual o FC Porto optou - vezes a mais - durante a partida de hoje.
Catarina Devon (カタリーナデボン) – One Piece
Recentemente ouvi alguns trechos de um discurso de Emmanuel Macron, actual Presidente francês, feito no Parlamento alemão. Ficou-me no ouvido a palavra “refundar”. Segundo Macron, cabe à sua França e à Alemanha - ainda da Sra. Merkel – a árdua tarefa de “refundar” a Europa.
Ora face a tal declaração pública do mais alto governante gaulês, apraz-me colocar a seguinte questão: O que quer dizer Macron com isto do “refundar a Europa”? È que há o “refundar” e o “refundar”. Passo a explicar.
Durante séculos o Velho Continente sofreu imensas transformações nas suas fronteiras. Entre guerras, tratados e outros “arranjos” diplomáticos as fronteiras de países como a França e a Alemanha (por exemplo) foram-se alterando até terem adquirido a actual forma. Forma esta que, a título de complemento, não tem garantias absolutas de que se venha a manter dado que são muitas e bem conhecidas as quezílias regionais e as disputas – mesmo que a nível diplomático como sucede entre a Alemanha e a Dinamarca, por exemplo – que marcam a vida do continente europeu.
Daí a minha pergunta: O que quis Macron dizer com a “refundação” da Europa? Este não estava, com toda a certeza, a referir-se à necessidade de se traçar, com urgência, um novo rumo para a União Europeia. Isto porque a União Europeia está longe de ser algo onde somente a França e a Alemanha tem uma palavra a dizer no que á sua condução diz respeito. A União Europeia é hoje composta por 28 Estados-membros e, partindo do princípio de que no seio da UE vigora uma Democracia Representativa, qualquer decisão sobre o futuro da Europa tem de passar por um escrutínio onde a maioria dos Estados-membros ditarão este mesmo futuro após o terem debatido e votado no local próprio (entenda-se Parlamento Europeu).
Convinha, portanto, que Emmanuel Macron viesse a público explicar a todos nós cidadãos europeus o que quis dizer com isto de “refundar a Europa”. É que a Alemanha já tentou pela força das armas “refundar” a Europa entre 1914-17 e 1939-45 (neste período com a ligeira conivência da França). Não me parece que haja assim grande apetência de todos os povos europeus para que o eixo franco-germânico tente de novo “refundar” a Europa recorrendo - desta vez - à força da economia e da finança. Os resultados de tais tentativas de “refundação” redundaram, em grande parte, numa coisa chamada “Brexit” e na escalada (preocupante e calamitosa) das denominadas forças extremistas que – mais uma vez - ameaçam a paz do Velho Continente.
Artigo publicado no site Repórter Sombra (20/11/2018)