Saltar para: Posts [1], Pesquisa e Arquivos [2]
"Deadpool 2"
Acção, Aventura, Comédia - (2018)
Realizador: David Leitch
Elenco: Josh Brolin, Ryan Reynolds, Morena Baccarin
Sinopse: O mercenário mutante Foul-mouthed Wade Wilson (AKA. Deadpool), reúne uma equipe de colegas mutantes para proteger um menino com habilidades sobrenaturais do cyborg brutal e viajante do tempo, Cable.
Critica: Efectivamente há coisas que quando se repetem perdem a piada. Não estou com isto a dizer que este novo Deadpool não tenha o seu quê de engraçado, mas há coisas (tanta coisa!) que perdeu qualidade. Especialmente em certas coisas que deixaram de ser engraçadas para passarem a ser - simplesmente - estúpidas. É uma pena que tal tenha sucedido.
Fazer-se uma sequela exige da parte do seu Realizador e equipa muito mais do que um actor com talento natural para desempenhar o papel da sua personagem. Exige um argumento. Mas algo de novo. Algo que traga algum interesse a uma história que já todos conhecemos. Nunca, mas nunca, dá bom resultado ir-se buscar o que se fez anteriormente e acrescentar-lhe uma tremenda dose de estupidez e de idiotice. Para mais, as falas engraçadas (e o tal de humor negro típico das histórias do Deadpool) têm um limite. Tudo o que é demais é erro! A partir de dete4rmjinada altura torna-se impossível seguir-se este “Deadpool 2” sem se lançar para o ar um tremendo bocejo. Bocejo este que as cenas de acção não conseguem fazer desparecer… Exigia-se mais em termos de argumento caro David Leitch.
Em termos de elenco, “Deadpool 2” é Ryan Reynolds e mais dez. O moço tem uma espécie de talento natural para interpretar com mestria o papel de Deadpool. E é ele, em exclusivo, a “alma” deste novo Deadpool. O resto é de uma pobreza franciscana tal que nem vos digo, nem vos conto.
A Banda Sonora é das coisas que melhor se trabalhou neste “Deadpool 2”. Interessante, apelativa e muito bem aplicada. Os cenários é que pecam pela sua escassez… a vontade de se focar quase exclusivamente na destruição dá nisto. Cenas existem que até perdem o interesse de tão fraquitas que estão em termos de filmagem.
Em suma; “Deadpool 2” é – mais um – bom exemplo de como estragar um bom filme. Vale a pena ver o dito somente para quem gostar muito do Deadpool… Já quem não gostar tem outras alternativas bem melhores.
Doberman (ドーベルマン) – One Piece
Com toda a certeza já todos ouviram falar no Passeio da Fama. Um local onde as estrelas de Hollywood deixam a sua marca intemporal. É uma forma que os Estados Unidos da América têm de homenagear «ab eternum» a sua produção cultural e, ao mesmo tempo, lucrar com isto dado que há uma vertente comercial muito grande que gravita em torno do dito passeio.
Já o Panteão Nacional é algo de muito diferente. Trata-se de um local para o qual não basta o destaque na produção cultural (ou noutro ramo qualquer) do nosso país. È um local onde se homenageiam e se recordam as memórias de personalidades que, de uma forma ou de outra, construíram aquilo que apelidamos de Portugal.
A homenagem «ab eternum» (um pouco ao estilo do já aqui referido Passeio da Fama) pode – e deve – ser feita de outra forma. A atribuição do nome do atleta, artista, político, etc. a um aeroporto, biblioteca, teatro e pro aí adiante é, sem sombra de qualquer dúvida, a melhor forma de se eternizar o legado e memória de quem se pretende homenagear e recordar para todo o sempre.
Ora tudo isto a propósito da recente ideia de se colocar Zeca Afonso no Panteão Nacional. Uma ideia estapafúrdia que tem como único fundamento – nada racional, diga-se desde já – de agradar a uma certa facção política. Assim numa de se querer “comprar” a simpatia da Esquerda colocando no Panteão Nacional os restos mortais de um cantor que marcou um período da nossa História mas cuja contribuição, por muito genial e honrosa que tenha sido, está longe de ter tido um papel fundamental na construção de Portugal.
Felizmente a ideia caiu por terra e não foram poucos os que se opuseram a tal coisa. Contudo existirão muitas mais situações parecidas com a de Zeca. Isto porque já há muito que o Estado português cedeu à triste imagem de que o nosso Panteão Nacional é o nosso Passeio da Fama. Só assim se explica que por lá estejam os restos mortais de uma fadista e de um jogador de futebol.
E só assim se vai poder aceitar que num futuro que se deseja muito distante os restos mortais de Luís Figo, Cristiano Ronaldo, Mariza, Carlos do Carmo e muitos outros nomes icónicos da nossa cultura e desporto passem a fazer parte do Panteão Nacional.
Isto tudo, claro está, caso a nossa classe política perceba de uma vez por todas que os portugueses e portuguesas não são aqueles “seres tapadinhos que comem palha de manhã, à tarde e à noite”. Convêm que quem nos governa (e pretenda governar) interiorize – de uma vez por todas! – que o Panteão Nacional não é o Passeio da Fama.
Artigo publicado no site Repórter Sombra (28/08/2018)