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Tal como qualquer outro comentador político público ou anónimo, também eu poderia entrar na dança que se criou em torno da fogueira em que estão a queimar Ricardo Robles e o Bloco de Esquerda. Contudo, como me considero uma pessoa sensata e dona e senhora da sua orientação política, não o vou fazer. E não o vou fazer porque, quer se goste ou não e quer se queira disfarçar ou não, as nossas grandes cidades estão, neste momento, sobre uma forte pressão imobiliária. Pressão que teve o alto patrocínio do anterior Governo PSDS/CDS liderado pelo Professor Catedrático Pedro Passos Coelho e do qual a actual líder do CDS (Assunção Cristas) fez parte.
O facto é que com Robles ou sem Robles, o problema mantêm-se. E o problema – sobre o qual já aqui opinei por mais do que uma vez – é, tão simplesmente, o facto de em Portugal não sabermos o que é isto do meio-termo. Para o caso em apreço, tal problema surge no mercado de arrendamento. Mas não é só aí que reside a questão. É um pouco por tudo o que possa dar dinheiro (legítimo ou não). Isto porque há por aí muita gente que tem a mania de que em Portugal só é bem-sucedido quem fizer uso e abuso do “chico espertismo”.
Ricardo Robles é, no fundo e no cabo, mais um “chico-esperto” entre muitos outros que se estão a aproveitar do mercado livre de arrendamento para encher os bolsos enquanto isto der para tal. Dito de outra forma; em vez de andarmos a dar uma de Marques Mendes (por exemplo) que comenta com o cartão de militante do seu partido cravado na testa, deveríamos todos exigir da parte de que nos governa a justa e mais do que devida regulação do mercado de arrendamento. Isto antes que o dito mercado arrebente de vez com as consequências sociais que tal vai provocar na nossa desnivelada e cada vez mais fracturada sociedade.
Começa a fartar o discurso público amplamente difundido pela nossa Comunicação Social – ora pois - do Bloco de Esquerda isto e do Bloco de Esquerda aquilo. E, pior do que tudo, preocupa-me a mensagem que Catarina Martins passou após o escândalo Robles ter vindo a público. O pior que poderia acontecer neste momento é voltarmos, mais uma vez, ao contar espingardas entre inquilinos e senhorios porque se vai retomar a ingénua luta de classes. È muito por causa desta forma de pensar e de estar que as coisas estão como estão no arrendamento em Portugal.
Haja meio-termo. Haja sensatez na análise das questões públicas. O Bloco de Esquerda, simpatias e antipatias politica -partidárias à parte, tem ideias que se podem aproveitar para se harmonizar o mercado de arrendamento. O mesmo se pode dizer do Partido Comunista Português e do Partido Socialista. Do partido Social Democrata não se pode dizer nada porque não é, ainda, conhecida a sua posição sobre a temática. Já o Partido do Centro Democrático Social (CDS) é principal patrocinador do actual estado de coisas no arrendamento e, pelo que se sabe, tem todo interesse em que tudo e mantenha como está pois acredita piamente o mercado se auto regula.
Entretanto em Espanha decorrem vários protestos pacíficos dos taxistas. Uma lição que os taxistas de Portugal deveriam ser obrigados a aprender em vez de andarem a espalhar o terror e a violência nos aeroportos e demais locais de procura turística (e não só) do nosso país.
Artigo publicado no site Repórter Sombra (30/07/2018)
Agora vamos a ver se muitos de vós não se perdem pelo caminho...
E já agora, que triste "figurinnha" a dos comentadores da @SPORTTVPortugal.
imagem retirada de zerozero
Estive hoje no Estádio do Dragão para ver, in loco, a apresentação do Futebol Clube do Porto aos sues associados e adeptos. Se estava à espera de ver uma boa partida de futebol? Não. Claro que não. Estamos na pré-época. O que eu não esperava era por esta altura ver uma equipa azul e branca com boas ideias de jogo. O problema da partida de hoje esteve, tão simplesmente, na forma - ainda - algo atabalhoada como se processa o futebol portista ao longo dos 90 e poucos minutos. Ainda há muito “repelão”, alguma bola infantilmente perdida e uma lentíssima movimentação entre linhas. A juntar a tudo tivemos aquele azar “NESiano” na hora de se rematar à baliza adversária, pois se não era o guarda-redes a fazer o impossível, eis que surgia o poste ou a aselhice dos atletas de azul e branco vestido impediram que hoje os Dragões tivessem alcançado uma justa vitória.
Não quero ser optimista (e muito menos pessimista). Estes jogos de preparação valem o que valem é verdade, mas tenho de ser honesto e confessar que gostei de algumas coisas que vi. Repito o que já aqui disse, as ideias desta época de Sérgio Conceição parecem estar lá e tudo indicia que vamos ter um Dragão bem mais racional na hora de “atacar” a baliza da equipa adversária. Resta é saber se esta forma de estar em campo será suficiente para se vencer novamente o nosso campeonato e, ao mesmo tempo, fazer melhor figura na Europa do futebol do que na época transacta.
De resto creio que é uma boa ideia a aposta num onze com um lateral mais ofensivo (Alex Telles) e um lateral menos ofensivo (Maxi Pereira). Tal permite á equipa posicionar-se com outra segurança em campo, fazendo da circulação da bola a sua maior arma. O problema está naquilo que já aqui falei: maior velocidade nas transposições entre linhas. Tal pode muito bem ser apenas um mal próprio da altura da época em que nos encontramos, mas se o Sérgio conseguir melhorar este aspecto, então penso que iremos ter um Dragão bem mais forte esta temporada. Pelo menos mais racional e equilibrado entre sectores.
Vamos a ver como isto irá correr no próximo jogo (já a “doer”!) diante do CD Aves. Estas primeiras partidas “a sério” Vão ser determinantes para toda a nova época. O que não invalida que não tenha gostado do que vi hoje.
E já agora, se este mesmo Newcastle United FC jogar desta forma na “sua” Premier League, o mais normal é este “levar” (e de que maneira!) dos seus adversários. Ou isto muda ou então não me acredito que consigam a tão desejada manutenção.
MVP (Most Valuable Player): Moussa Marega. Alvo de uma marcação homem a homem implacável, o internacional maliano destacou-se, essencialmente, pela sua enorme capacidade de trabalho. Capacidade que serviu para “fazer a cabeça em água” aos defensores da equipa inglesa que viram em Marega um perigo constante para a sua baliza enquanto este esteve em campo. Faltou-lhe o golo, mas hoje estava escrito que ninguém marcaria.
Chave do Jogo: Inexistente. O Newcastle United nunca mostrou ter capacidade para dominar o jogo e o FC Porto, por muito que tenha trabalhado para isto, não conseguiu verdadeiramente criar um lance que fizesse com que o desfecho final lhe fosse favorável.
Arbitragem: Arbitragem típica de jogo de pré temporada.
Positivo: Felipe/Diogo Leite (mais uma vez!). Mais uma excelente prestação da dupla Felipe/Leite. Se a equipa britânica foi muitas vezes obrigada a lateralizar o seu futebol de ataque foi muito porque esta dupla lhe barrou sempre o caminho na zona central.
Negativo: Ausência de Oliver. O pequeno internacional espanhol não é um portento em termos fiscos, mas tem uma qualidade de passe e leitura de jogo acima da média. Merecia bem mais oportunidades de comandar o meio campo portista do que o Otávio e o Herrera.