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Todos os verões acontece a mesma coisa. Ou melhor, todos os verões menos o de 2017 dado que neste verão o canal público de televisão (RTP) que é indirectamente financiado por todos nós decidiu que não irá transmitir mais nenhuma tourada para além das que já se encontram incorporadas na sua grelha de programação.
Ora este pequeno gesto da RTP pode ser o primeiro passo para o fim de um negócio. Sim, leu bem. Negócio. As touradas em Portugal e Espanha não passam de negócios disfarçados de tradição. E as touradas não são um negócio qualquer. São um negócio que financia famílias inteiras. Famílias que preservam uma espécie de status social absolutista onde os “nobres” exibem o seu poder diante do Povo que, por sua vez, os agracia com palmas e eterna admiração. Trata-se, sem sombra de qualquer dúvida, de uma forma de estar completamente ultrapassada mas que se tem mantido até aos nossos dias porque, repito, as touradas são um negócio disfarçado de tradição. E como qualquer negócio lucrativo que se preze, este também consegue manter o poder político debaixo da sua alçada senão de outra forma esta tradição já teria tido um fim há muito tempo.
Não entendo qual é a piada de ver um animal a morrer lentamente de asfixia com uma espada cravada nos seus pulmões. E muito menos percebo a graça de ver um tipo a levar uma marrada de frente de um touro que entretanto já viu o seu lombo ser espetado não sei quantas vezes por um “nobre” cavaleiro. Respeito quem goste de ver tal coisa, mas custa-me perceber a graça deste triste cenário. Especialmente sabendo que hoje em dia os animais deixaram de ser vistos pela Lei como coisas. E se os animais deixaram de ser coisas, então estes não podem ser vítimas de maus tratos e torturas. Nem nos matadouros os ditos animais para abate passam por um terço das provações que passam os touros nas touradas.
Ora face aio que expus até aqui, é muito fácil perceber que isto das touradas não é uma tradição como muitos – erradamente – dizem ser. É antes um negócio que serve somente para manter a riqueza de certas personagens da nossa sociedade que se recusam a viver segundo as regras das sociedades ocidentais do século XXI.
A RTP deu um pequeno grande passo no combate a este negócio que beneficia alguns à custa de muitos. Cabe agora ao poder político (Governo e Autarquias Locais) fazer o mesmo. Portugal e os portugueses agradecem pois ninguém gosta de dar uma de civilizado e ao mesmo tempo promover comportamentos dignos da Santa Inquisição. Já há muito que a Terra deixou de ser plana. Evoluamos.
Artigo publicado no site Repórter Sombra (07/08/2017)
"Alien: Covenant"
Terror, Ficção Científica, Thriller - (2017)
Realizador: Ridley Scott
Elenco: Michael Fassbender, Katherine Waterston, Billy Crudup
Sinopse: A tripulação da nave Covenant, com destino a um planeta remoto do outro lado da galáxia, descobre o que acredita ser um paraíso desconhecido, mas é na realidade um estranho e perigoso mundo. Quando descobrem uma ameaça além da sua imaginação, eles tentam uma angustiante fuga.
Critica: Confesso que já tinha saudades de ver um filme do Alien bem produzido. "Alien: Covenant" pode não estar excelente, mas é seguramente um bom filme que fará o gosto de qualquer fã da saga Alien. O único grande problema (fatal) é que existem muitas e muitas cenas parecidas com o que já vimos em outros filmes do Aliens.
Confesso que gostei mesmo muito do argumento desta produção de Ridley Scott. È um facto que contêm muitas coisas parecidas com o que já vimos em outros filmes da saga, mas a forma como o Realizador explorou o pequeno vazio da história Alien é, no mínimo, brilhante. A forma como tudo termina é simplesmente fantástica. Efectivamente uma saga tão famosa como ma do Alien merecia acabar em glória e a verdade seja dita que Ridley Scott conseguiu realizou tal proeza com um brilhantismo fabuloso.
No elenco tenho a obrigação de fazer um enorme destaque ao trabalho de Michael Fassbender. O actor levou a cabo um trabalho extraordinário. Um “papelaço” que contrasta com a mediana prestação dois seus colegas de trabalho. O que é natural pois ao contrário do habitual o denominado “mau da fita” exigia um trabalho fora de série da parte de quem o interpretou, ou não fosse este "Alien: Covenant" o capítulo final que explica tudo o resto.
Os cenários e banda sonora é que poderiam ter sido um tudo ou nada mais explorados. Compreendo que o objectivo final do filme obrigasse a uma curta exploração dos cenários, mas se Ridley Scott tivesse sido um pouco mais ousado não se teria perdido nada. Já a banda sonora deveria estar um tudo ou nada melhor. Uma nota final para os efeitos especiais que são muito bons.
Concluindo; "Alien: Covenant" tem a minha recomendação não obstante algumas “lacunas”.