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Don Krieg (クリーク) – One Piece
imagem retirada de zerozero
Não há que esconder. O teste diante da Suécia correu mal. Não adianta nada estar a retocar o que não deve ser retocado. É que os próximos jogos da nossa selecção são oficiais, e uma derrota pode muito bem colocar um ponto final no apuramento directo para o Mundial da Rússia.
E o que falhou? Simples. O meio campo. Uma coisa é jogar com um meio campo com Renato Sanches, Moutinho e Danilo Pereira. Isto porque Renato Sanches, não obstante a sua qualidade futebolística, parece ainda não ter aprendido que no futebol não é tudo para a frente (surpresa?)… Há que vir atrás buscar a bola Renato! Quem fazia este papel na perfeição era Danilo Pereira e - por vezes – João Moutinho. Na segunda parte este papel de complemento ao Renato coube ao “pastel de nata” William Carvalho e ao vulgaríssimo Pizzi (este último só é bom no Benfica… Porquê será?). Jogar sem um “fui condutor” no meio campo, Portugal passou a optar pela bola para a frente e Éder e/ou Gélson Martins/Ricardo Quaresma que resolvam. Os suecos - nada habituados a estas coisas do futebol directo – agradeceram. A completar o “ramalhete” eis que a equipa de Todos Nós apresentou na baliza um tal de Marafona que sempre que uma bola vinha cruzada pelo ar (outra característica de jogo que os suecos não gostam mesmo nada) era o “ai Jesus, nosso Senhor!”
Apesar de tudo o jogo até que teve factos positivos. Para além do ambiente que foi fantástico, há que dizer que uma frente de ataque composta por Cristiano Ronaldo, Gélson Martins e Berardo Silva é “dinamite pura”! A utilizar em jogos futuros mas, repito, há que fazer tal com um meio campo que saiba transportar a bola. Especialmente quando do outro lado do campo estiver uma equipa como esta Suécia.
MVP (Most Valuable Player): Danilo Pereira. Danilo Pereira em forma é uma peça fundamental para qualquer equipa. Fernando Santos que o diga e anote a negrito no seu bloco de notas para que no futuro coloque no banco o William “pastel de nata” Carvalho e aposte num atleta que é actualmente dos melhores do mundo na recuperação de bolas.
Chave do Jogo: Não é preciso ser-se um génio do futebol para se perceber que Portugal perdeu este jogo ao intervalo. Fernando Santos “mexeu mal” no onze ao intervalo e o resultado foi o que se viu. O próprio seleccionador nacional reconheceu este seu erro na conferência de imprensa.
Arbitragem: Não há nada a apontar ao trabalho da equipa de arbitragem. A partida foi tranquila e ambas as equipas procuraram levar a cabo um jogo limpo.
Positivo: Gélson Martins. Enquanto teve a boa companhia de Ronaldo, Bernardo, Danilo e Moutinho, Gélson “partiu a louça toda” tendo mostrado qualidades fantásticas para um jogador tão jovem.
Negativo: William “pastel de nata” Carvalho. As razões já foram aqui mencionadas, pelo que não me parece que deva repetir tufo novamente. Acrescento somente que é muito por causa destas coisas que o Sporting CP está como está.
Na semana passada o Jornal de Notícias (conhecido diário da cidade do Porto) fez uma manchete sobre a existência da pressão imobiliária no centro histórico da cidade invicta. Segundo aqui referido matutino, esta pressão deve-se à onda crescente de turistas que faz da cidade do Porto o seu destino de eleição para passar as suas férias.
Ora tal notícia despoletou a rápida reacção dos apoiantes do actual Presidente da Câmara Municipal do Porto (CMP) porquê, segundo estes, tal notícia se deve a uma jogada leitoral do Partido Social Democrata (PSD) dado que este mesmo partido terá afirmado que a dita pressão imobiliária é da responsabilidade do executivo camarário liderado por Rui Moreira. O Jornal em questão foi, inclusive, apelidado de “Jornal de campanha” por Rui Moreira. Ora é precisamente aqui que “a porca troce o rabo”. E não, não vou contribuir para a defesa do referido Jornal até porque cabe aos sues dignos representantes a defesa pública (e não só) da imagem do dito matutino.
É óbvio que hoje em dia a cidade do Porto sofre da pressão imobiliária no seu centro histórico (e não só). Mas tal problema não é um exclusivo da actuação do actual executivo camarário.
É inteiramente verdade que o boom hoteleiro na cidade invicta se deve - e muito - à actuação da CMP dado que os licenciamentos dos espaços e alteração ao Plano Director Municipal (PDM) para a construção de novos Horeis são da sua inteira responsabilidade.
Mas não é verdade que a pressão imobiliária seja uma consequência directa da política seguida pela CMP nos últimos anos no que à habitação diz respeito. A pressão imobiliária surgiu porque o último Governo PSD/CDS fizeram aprovar na Assembleia da República uma reforma do Arrendamento para – passo a citar – dinamizar o mercado das rendas. E como se não bastasse estes também levaram a cabo uma enorme revisão em alta do Valor Patrimonial Tributário (VPT) por – passo a citar – “imposição da troika”.
Ou seja; este mesmo PSD que hoje acusa o executivo camarário de Rui Moreira de ser autor da pressão imobiliária foi, juntamente com o CDS, o principal responsável pela pressão imobiliária a que muitos portuenses são hoje sujeitos.
Muito pouca gente fala ou sabe disto, mas graças à tal reforma que serviu para dinamizar o mercado das rendas, caso o senhorio e o inquilino não se entendam sobre o aumento do valor das rendas (entenda-se aqui passagem do contrato de arrendamento para o Novo Regime de Arrendamento Urbano), o senhorio aplica a fórmula que a aqui referida Lei disponibiliza para, com base no novo VPT do seu Locado, determinar o valor da nova renda que será cobrada. Na prática tal possibilita a que os senhorios possam impor aos seus inquilinos valores absurdos. E quando tal sucede o mais natural é o inquilino acabar por ser forçado a sair da sua casa de sempre.
É caso para se dizer que neste aspecto o PSD Porto perdeu uma excelente oportunidade para estar quieto e calado…
Contudo não se pode “tapar o sol com a peneira”. Existe um efectivo problema do imobiliário na cidade do Porto. E tal problema não se resolve por si só. É preciso fazer-se algo e é bom que a Câmara Municipal do Porto faça mais do que aquilo que tem feito até à data no que à habitação local diz respeito. O desenvolvimento de uma cidade é algo de positivo. Mas este mesmo desenvolvimento tem de ser regulado e, acima de tudo, equilibrado e devidamente sustentado.
Artigo publicado no site Repórter Sombra (27/03/2017)