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imagem retirada de zerozero
Penso que o título resume bem a derrota europeia do Futebol Clube do Porto. Os portistas até que entraram bem no jogo - Nuno Espírito Santo (NES) “montou” a estratégia - e deram uma boa resposta a uma equipa italiana que não já á italiana. A Juventus pressionou muito, mas os azuis e brancos deram sempre uma boa resposta à forte pressão da Juve. E até que a coisa podia ter resultado caso Alex Telles não tivesse tido uma espécie de “paragem cerebral”… Isto e se um Sr. chamado Felix Brych tivesse tido a veleidade de ajuizar todos os lances por igual e não consoante a cor da camisola.
A somar a tudo isto temos um outro factor muito importante que os comentadores da nossa praça se estão a esquecer (para não variar) quando analisam este FC Porto 0 x Juventus 2: o banco de suplentes. Bem vistas as coisas Nuno Espírito Santo (NES) não tem ao seu dispor o mesmo banco de que dispõe Massimiliano Allegri. A prova disto mesmo é que o técnico italiano foi ao banco buscar o resultado final da partida. Já NES teve no banco mais uma das razões para a derrota caseira de hoje.
E pouco mais há a dizer senão que o próximo jogo é fundamental. Não que a eliminatória da Champions esteja irremediavelmente perdida (no futebol tudo é possível), mas após uma derrota tão amarga como a de hoje vencer no Bessa é fundamental para que a moral da equipa se mantenha em alta. A partir de hoje é fundamental que não se deite por terra todo o bom trabalho que NES e Jogadores têm vindo a levar a cabo nos últimos tempos.
Uma nota final: não entremos no triste “joguinho” do linchamento público do jogador A ou B. Já são muitos os jogos em que Alex Telles foi fulcral para a vitória do FC Porto. Repito; a partir de agora é fundamental que não se deite por terra todo o bom trabalho que NES e Jogadores têm vindo a levar a cabo nos últimos tempos. Há uma Liga NOS para conquistar e todos contam (Alex Telles inclusive).
MVP (Most Valuable Player): Desta vez o MVP portista não foi um jogador, mas sim dois. Felipe e Marcano mostraram hoje o que é uma dupla de centrais de nível mundial. Nada passou por eles e foram eles os “bombeiros> de serviço” do FC Porto nos momentos em que a equipa de Turim mais pressionou.
Chave do Jogo: Veio tarde. Veio tarde para resolver a contenda a favor da equipa forasteira dado que foi somente no minuto 72´ que a Juventus se adiantou no marcador. Até esta altura a equipa portista ia controlando - com maior ou menor dificuldade – o jogo. Após este golo toda a concentração e organização dos dragões “caiu por terra”, entregando, desta forma, a partida à equipa de Turim.
Arbitragem: Parece ser uma triste sina, mas sempre que o Futebol Clube do Porto defronta a Juventus numa fase a eliminar tem a pouca sorte de ser brindado com uma equipa de arbitragem tendenciosa. Na minha perspectiva Alex Telles até que é bem expulso. O problema é que o Sr. Felix Brych e restante equipa de arbitragem esqueciam-se com muita facilidade do rigor arbitral quando eram os atletas da Juve a fazer o mesmo que Alex Telles. Em suma; Felix Brych realizou hoje no Estádio do Dragão uma má arbitragem com influência directa no resultado final.
Positivo: A boa organização ad equipa do Futebol Clube do Porto. Muito boa a resposta que o Futebol Clube do Porto deu a uma Juventus superior e com mais opções. Só foi pena o momento de desconcentração que deu origem ao golo inaugural dos italianos.
Negativo: “Manias UEFEIRAS”. Porquê razão as equipas portuguesas tem - quase sempre - de lidar com arbitragens pouco ortodoxas e nada isentas nas competições da UEFA. Será tal fruto de algum complexo?
1. Já há muito que não comento a vivência política da Direita portuguesa. E não o faço porque tal vivência, simplesmente, não existe. Partido Social Democrata e Centro Democrático Social (CDS) já há muito que não sabem o que fazer, o que dizer e, sobretudo, não sabem o que propor aos seus eleitores.
E tudo isto por uma simples razão. Razão que nos tem sido demonstrada pouco a pouco no nosso dia-a-dia. Mário Centeno, Ministério das Finanças do Governo da “Geringonça”, mostrou por A + B que é possível governar sem se seguir a desastrosa política da austeridade bruta e cega. Este demonstrou também que é possível seguir-se as recomendações e anseios do Euro grupo sem se afrontar os ditames da nossa Constituição da República. Os resultados de tal estão aí mesmo com o valor do défice a descer para mínimos históricos: Algo que a Direita sempre determinou como impossível nos tempos de Vítor Gaspar e Maria Luís Albuquerque.
Para mais Mário Centeno e a sua equipa das Finanças conseguiu num só ano fazer com que o sistema bancário português voltasse aos eixos depois de ter estado quatro anos completamente à deriva. Contudo, para que este processo fique completo há a extrema necessidade de se recapitalizar o único Banco público português (CGD) dado que este mesmo Banco tem um enorme peso em toda a economia portuguesa. Algo que tanto Vítor Gaspar e Maria Luís Albuquerque nunca quiseram fazer dado que estes só tinham como objectivo a privatização da CGD para, desta forma, poderem obter receitas extraordinárias dado que o défice não parava de crescer.
E é aqui que entramos no ponto 2.
2. Estando, então, a Direita de Pedro Passos Coelho e Assunção Cristas completamente perdidos no abismo, eis que se tornou necessário criar uma qualquer distração para que o eleitorado não se lembrasse de perguntar a si mesmo o que andaram PSD e CDS a fazer nos passados quatros anos em que foram Governo.
E é precisamente neste contexto que surge a Comissão de Inquérito à CGD. Comissão que tinha como objectivo tentar perceber o que levou a que o Banco tenha a extrema necessidade de ser recapitalizado. Dito de outra forma; mais lenha para a fogueira onde se encontra a Direita de Passos Coelho e Cristas.
Mas é precisamente no momento em que a dita Comissão deveria perceber porquê carga de água a CGD andou durante anos a fio a financiar projectos duvidosos e conceder créditos absurdos que surge a polémica em torno da nomeação de António Domingues para a presidência da Administração do Banco público. Isto porque Mário Centeno resolveu sere teimoso e procurou ser habilidoso tendo feito o impossível para que Domingues tivesse sido nomeado como Presidente da Caixa mesmo que este tivesse demonstrado, por mais do que uma vez, que não ia cumprir com a Lei.
A história Centeno/Domingues é por demais conhecida, pelo que não vale a pena estar aqui a repetir tudo. Agora, o que se pode e deve dizer é que Centeno escusava de ter insistido numa pessoa que demonstrou na Praça Pública não ter o perfil adequado para ser Presidente da administração da CGD. Não o tendo feito Mário Centeno salvou a Direita de mais uma humilhação pública.
3. A coisa até que poderia ter outro tipo de desfecho caso o actual Presidente da República percebesse - de uma vez por todas – que já não é um comentador televisivo.
A intromissão de Marcelo Rebelo de Sousa no processo CGD - para além de surreal - é perfeitamente escusada e contribui para que hoje tenhamos a Direita num desvario tal que exige a demissão do único Ministro das Finanças que conseguiu que o nosso pequeno país obtivesse o défice mais baixo da sua história democrática!
Não cabe ao Presidente da República averiguar se o processo de nomeação da Administração do Banco público decorre da forma A ou B. Não é da sua competência e como tal Marcelo não deveria ter permitido a António Lobo Xavier que a história da suposta SMS viesse a público.
Quer dizer, já não bastava o facto de numa Comissão de Inquérito sobre o passado da Caixa Geral de Depósitos se ter andando a discutir tudo menos o passado (tenebroso em muitos momentos) do Banco, e tivemos o Presidente da República a extravasar – e muito – as suas competências no que a este assunto diz respeito.
Não é por nada, mas é muito por causa de coisas como esta que o cidadão se deixa levar pela frase feita “os políticos são todos iguais”. Depois a culpa é dos populistas e afins…
4. Se somos um país orgulhosamente centralista já todos percebemos. Agora não tomemos todos os portugueses por estúpidos. Cá pelo nosso pequeno rectângulo à beira plantado há quem pense pela sua própria cabeça e questione aquilo que o Sr. Primeiro-ministro apelida de “interesse nacional”.
Desde quando é que a construção de mais um aeroporto na centralista capital de Portugal é uma obra de “interesse nacional”?
A não ser que seja do “interesse nacional” Lisboa retirar, a todo o custo, o Porto do pódio de Melhor Destino Europeu.
Deixemo-nos de parolices e de outras coisas tais que não servem o interesse de um país pequeno como o nosso. Portugal continental tem três portas aéreas- Procure-se antes investir nas ditas e nos respectivos acessos para que todas as regiões tirem proveito disto mesmo.
Será assim tão difícil acabar-se de uma vez por todas com o “nacional parolismo” que nos impõe o centralismo em detrimento de um país desenvolvido?
Artigo publicado no site Repórter Sombra (20/02/2017)