Saltar para: Posts [1], Pesquisa e Arquivos [2]




‘Não partam a mobília’

por Pedro Silva, em 27.02.17

PS_naopartamamobilia_destaque.jpg 

«Não partam a mobília», tem pedido várias vezes Ferro Rodrigues quando à direita os ânimos se exaltam e os deputados usam mesas e cadeiras para fazer barulho e expressar indignação.

 

Este pequeno excerto deste artigo publicado no semanário Sol é elucidativo de que tanto lá como cá há quem - ainda - não queira saber o que é Democracia e faça por ignorar a forma como se devem relacionar com todas as instituições democráticas.

 

Tanto cá como lá porque Angola - orgulhosa Ditadura - tem demonstrado (tal como PSD de Passos Coelho e CDS de Assunção Cristas) que Democracia é um problema. E pelos vistos a Democracia será um eterno problema para um país que tem tudo para ser um dos mais prósperos de África.

 

A Angola de José Eduardo dos Santos não sabe o que é a vivência democrática (tal como a direita portuguesa), senão de outra forma esta saberia muito bem que o poder político não pode – nem deve – nunca intrometer-se no poder judicial. Passando isto para a prática, se porventura um qualquer político angolano do círculo do poder da “família” Eduardo dos Santos estiver sob suspeita das autoridades judiciais portuguesas (ou de outro país democrático qualquer) cabe a Angola e à sua vasta máquina propagandística saber “encaixar” tal com serenidade e deixar que o processo se desenrole com normalidade. Isto porque nos países democráticos (como Portugal) todos são inocentes até prova em contrário, um ditame que Angola não conhece.

 

Mas a postura da aqui referida ditadura de Eduardo dos Santos, família e seus acólitos tem uma razão de ser. Angola não aprendeu do dia para a noite a fazer a triste figurinha que faz sempre que um determinado dirigente da dita “elite” é apanhado nas “teias” da Justiça. Mesmo quando ainda estamos no campo das hipóteses, até porque de arguido a condenado vai uma enorme diferença (diferença esta que, repito, Angola não conhece nem nunca conhecerá).

 

Nos últimos quatros anos Portugal foi governado pela direita que hoje resolve andar a destruir a mobília da nossa Assembleia da República sempre que uma determinada temática não lhe agrada.

 

Foi nestes quatro anos que surgiu um triste episódio, o episódio em que o Ministro dos Negócios Estrangeiros de Portugal resolveu pedir desculpas públicas a Angola porque alguns dos elementos da Ditadura de Eduardo dos Santos, família e acólitos estavam a ser investigados pela Justiça portuguesa.

 

Foi também nestes quatro anos que Angola impôs a entrada da Guiné Equatorial (Ditadura onde se fala espanhol) na CPLP - Comunidade dos Países de Língua Portuguesa. Portugal na altura, obviamente, nada fez contra tal mesmo sabendo que o que estava em cima da mesa eram os interesses da Sonangol e nunca os da CPLP e seus restantes membros.

 

E tudo isto porque a Direita portuguesa que parte (ou tenta partir) a mobília da nossa Assembleia da República achou que foi excelente para a economia de Portugal ter-se dado carta-branca à filha de Eduardo dos Santos, familiares e acólitos para comprarem tudo e mais alguma coisa de qualquer maneira, jeito e feitio.

 

Ora não deixa, portanto, de ser natural que ainda hoje a Angola ditatorial, autoritária, racista e corrupta de Eduardo dos Santos, família e acólitos tenha o mesmo tipo de comportamento que teve nos últimos quatros anos.

 

A Portugal não lhe resta – para já - fazer outra coisa senão apelar à “elite” angolana para que não parta a mobília diplomática. Isto porque esta “elite” foi muito mal habituada por uma Direita que nos tempos recentes não sabe fazer outra coisa senão partir a mobília da nossa Democracia.

 

Artigo publicado no site Repórter Sombra (27/02/2017)

Autoria e outros dados (tags, etc)

publicado às 16:00


Mais sobre mim

foto do autor


Pesquisar

  Pesquisar no Blog

A Oeste nada de novo


Dia do Defensor da Pátria


US War Crimes


Catalunya lliure!


Calendário

Fevereiro 2017

D S T Q Q S S
1234
567891011
12131415161718
19202122232425
262728

Arquivo

  1. 2023
  2. J
  3. F
  4. M
  5. A
  6. M
  7. J
  8. J
  9. A
  10. S
  11. O
  12. N
  13. D
  14. 2022
  15. J
  16. F
  17. M
  18. A
  19. M
  20. J
  21. J
  22. A
  23. S
  24. O
  25. N
  26. D
  27. 2021
  28. J
  29. F
  30. M
  31. A
  32. M
  33. J
  34. J
  35. A
  36. S
  37. O
  38. N
  39. D
  40. 2020
  41. J
  42. F
  43. M
  44. A
  45. M
  46. J
  47. J
  48. A
  49. S
  50. O
  51. N
  52. D
  53. 2019
  54. J
  55. F
  56. M
  57. A
  58. M
  59. J
  60. J
  61. A
  62. S
  63. O
  64. N
  65. D
  66. 2018
  67. J
  68. F
  69. M
  70. A
  71. M
  72. J
  73. J
  74. A
  75. S
  76. O
  77. N
  78. D
  79. 2017
  80. J
  81. F
  82. M
  83. A
  84. M
  85. J
  86. J
  87. A
  88. S
  89. O
  90. N
  91. D
  92. 2016
  93. J
  94. F
  95. M
  96. A
  97. M
  98. J
  99. J
  100. A
  101. S
  102. O
  103. N
  104. D
  105. 2015
  106. J
  107. F
  108. M
  109. A
  110. M
  111. J
  112. J
  113. A
  114. S
  115. O
  116. N
  117. D
  118. 2014
  119. J
  120. F
  121. M
  122. A
  123. M
  124. J
  125. J
  126. A
  127. S
  128. O
  129. N
  130. D
  131. 2013
  132. J
  133. F
  134. M
  135. A
  136. M
  137. J
  138. J
  139. A
  140. S
  141. O
  142. N
  143. D
  144. 2012
  145. J
  146. F
  147. M
  148. A
  149. M
  150. J
  151. J
  152. A
  153. S
  154. O
  155. N
  156. D

subscrever feeds