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in·de·pen·den·te
in Dicionário Priberam da Língua Portuguesa
Rui Moreira - actual Presidente da Câmara Municipal do Porto e candidato anunciado às próximas eleições autárquicas - tem-se escudado no termo “independente” na sua recente querela política. Não é uma estratégia nova dado que o autarca sempre que pretende firmar uma sua posição política perante a oposição e sociedade portuense recorre, inúmeras vezes, ao dito “independente”.
Mas será que podemos considerar Rui Moreira um independente no verdadeiro sentido do termo? Ou melhor; será que em política podemos ser verdadeiramente independentes? A meu ver não. Passo a explicar.
Em política é praticamente impossível ser-se independente no verdadeiro sentido do termo. Isto porque fazer política obriga a ter que angariar consensos para se obter o apoio de que se necessita para se candidatar e ser eleito para um determinado cargo.
Ora para se angariar estes consensos temos de negociar e tomar posições comuns em determinadas matérias que podem dizer mais ou menos respeito às organizações partidárias. Dito de uma outra forma; ninguém consegue estar no mundo da política de uma forma completamente isolada. Bem vistas as coisas, os chamados “independentes” da política tem sempre o apoio do partido político A, B ou C. Rui Moreira não foi - e pelos vistos não será – uma execpção à regra.
Não se percebe, portanto, que Rui Moreira utilize o termo “independente” como se de uma espada sagrada – estilo Excalibur - se trate para atacar os partidos políticos quando na verdade este é obrigado a fazer de conta (para o bem e para o mal) que é independente.
Nada me convence de que o actual autarca da sempre leal e mui nobre invicta cidade do Porto não tenha obtido da parte do CDS-PP e do PS os apoios de que necessita para se candidatar e governar a cidade sem que para tal tenha dado algumas garantias e contrapartidas a estes dois partidos políticos.
Repito, a política resume-se, tão simplesmente, à necessidade de se gerar consensos e tal impossibilita a que os políticos possam ser independentes ao ponto de não terem de prestar contas a ninguém. Rui Moreira não é, nem será nunca, a execpção à regra.
Artigo publicado a 24/10/2017 no site Repórter Sombra
Western - (2016) "Traded"
Realizador: Rachael Moriarty, Peter Murphy
Elenco: Killian Scott, John Bradley, Peter O'Meara, Nika McGuigan
Sinopse: Na década de 1880, um pai deve deixar a sua fazenda em Dodge City para salvar a sua filha de um velho inimigo, colocando a sua reputação como o mais rápido do oeste em teste.
Critica: Conhecem aquele filme que tem um excelente argumento mas que é completamente arrasado por um elenco do pior que pode haver em cinema? Traded de Rachael Moriarty e Peter Murphy é este tipo de filme. Como é que foi possível as produtoras terem financiado tal coisa? Tirando o argumento, os Cenários e a Banda Sonora – aqui e acolá – Traded é a demonstração clara de como não se deve fazer cinema!
Efectivamente o argumento de Traded é excelente. Foi notório o esforço da parte do argumentista de criar algo que fez parte da história dos Estados Unidos da América e que marcou uma das suas mais famosas épocas. É o tipo de argumento que se exige para um Western com cabeça, tronco e membros. Escusava era de ter sido tão pessimamente interpretado, mas aqui a culpa tem de ir inteiramente para a dupla de realizadores que tem muito que aprender se quiser produzir um Western em condições.
Já aqui o disse e repito, o elenco é do pior que já vi em cinema! Eu pensava que eram somente os actores portugueses que faziam cenas tristes no grande ecrã (salvo algumas raras execpeções), mas pelos vistos enganei-me. Mau demais para ser verdade… Não há um único trabalho de actor e/ou actriz deste Traded que se aproveite!
A Banda Sonora e os Cenários são outro dos aspectos positivos deste filme. Bem pensados e aplicados no tempo certo mantem o interesse neste Traded.
Em suma, confesso que me custa recomendar este filme mas é uma pena deixar passar em branco um filme com um argumento tão bom…
imagem retirada de zerozero
Nuno Espírito Santo (NES) tinha afirmado na antevisão do FC Porto x FC Arouca que queria fazer do Estádio do Dragão a fortaleza do Futebol Clube do Porto. Ora pelo que assisti hoje esta fortaleza parece estar mesmo de regresso depois de ter sido completamente destruída por Julen Lopetegui e José Peseiro. A verdade seja dita que hoje o Arouca não jogou absolutamente nada por culpa - quase que por inteira - dos atletas azuis e brancos.
Confesso que fiquei um tudo ou nada preocupado quando entrei no Estádio e vi qual seria o onze inicial do FC Porto pois NES tinha optado por regressar ao “velho” 4x3x3 fazendo entrar Jesús Corona para o lugar de Otávio. Dizia eu para mim mesmo que tal era mais uma consequência do que aconteceu em Brugge onde o 4x4x2 demonstrou ter sido uma péssima aposta do que propiamente uma necessidade técnico táctica para enfrentar o FC Arouca.
Felizmente os primeiros minutos de jogo mostraram que eu não tinha muita razão para criticar NES pela opção pois o Dragão entrou forte e dominador! Só não começou a vencer aos primeiros minutos da partida porque o poste da baliza de Bracali assim não o quis, mas Jesús Corona bem que me5recia o golo após o enorme trabalho ofensivo que realizou neste lance.
Estava dado o mote para este jogo. O FC Arouca a defender com todos os seus jogadores em campo e o FC Porto a atacar com cabeça, tronco e membros (coisa rara de há uns anos para cá). O FC Porto nem pareceu uma equipa – ainda - em construção. É um facto que o Arouca terá exagerado na sua mentalidade defensiva, mas há que dar mérito aos Dragões por terem sabido atacar e defender com inteligência e eficácia. O Arouca ia à frente sempre que podia, mas quando o fazia “esbarrava” numa dupla de centrais de nome Felipe e Marcano que faziam aquilo que se exige a uma dupla de centrais: cortar a jogada e não complicar (postura a mentar sff). Iker Casillas foi mais um espectador do que o guardião do FC Porto pois eram raras (raíssi9mas) as vezes em que a equipa arouquense chegava com perigo à baliza azul e branca.
Em suma; o Futebol Clube Porto soube aproveitar um Arouca que veio à “fortaleza” do Dragão “jogar para o pontinho”. Mérito seja dado a NES por ter sabido explorar tal factor, mas há que aguardar pelos próximos jogos para que tenhamos a certeza de que o que se passou hoje não foi um fogacho. Tenhamos em linha de conta que hoje até Héctor Herrera pode jogar mais ou menos bem(!), o que evidencia a pobreza franciscana do jogo que o FC Arouca levou a cabo na invicta cidade do Porto.
Uma palavrinha final para Brahimi. Confesso que sou um grande admirador das qualidades futebolísticas do argelino, mas começa a ser mais do que tempo de Brahimi perceber que futebol não é só fintas e mais fintas sobre si mesmo. Saber fintar o adversário e passar a bola no momento certo é algo que se exige a um jogador de classe mundial. Brahimi é um destes jogadores. Só lhe falta saber qual o timming certo para passar a bola em veza de andar às voltas sobre si mesmo com a bola no pé.
Chave do Jogo: Inexistente. O jogo foi praticamente controlado pelo Futebol Clube do Porto.
Arbitragem: Nota positiva. Manuel Mota e a sua equipa de arbitragem não complicaram um jogo que nunca foi complicado de se arbitrar.
Positivo: André Silva. Um ponta de lança como poucos. André Silva pode ser ainda um “miúdo” mas já se comporta como gente graúda. Excelente no posicionamento e nas desmarcações. André Silva é um “clone” do saudoso Fernando Gomes. Tivesse o moço sido formado numa certa Academia e o que já não se dizia sobre ele.
Negativo: Jesús Corona. O mexicano até que entrou bem e fez por ser a principal figura da partida, mas rapidamente “se eclipsou” e acabou por desparecer por completo. Exigia-se mais a um atleta que ainda esta semana mostrou que sabe jogar muito e bem.