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Nem “Uberlândia” nem “Taxilândia”

por Pedro Silva, em 17.10.16

Imagem Crónica RS.jpg 

Para encerrar de vez o assunto plataformas vs táxis vou tentar dar a devida resposta aqueles que, no alto da sua sapiência económica, vieram recentemente para a Praça Pública passar um atestado de estupidez ao comum dos cidadãos. Podem dar as voltas que quiserem dar á rotunda (do Relógio e não só), mas ainda está para vir o dia em que os monopólios sejam algo de bom para serem mantidos custe o que custar. Passo a explicar.

 

Na “Taxilândia” os Táxis são o único meio de transporte ligeiro de passageiros. OS taxistas ditam a lei no que aos preços praticados neste sector diz respeito e impõem a sua lógica. Estes recebem apoios do Estado para a renovação dos automóveis entre outras coisas. A regulação do sector dos Táxis na “Taxilândia” é feita pelo Estado e pelas Autarquias cabendo a estas a determinação do n.º de táxis existentes nas cidades e a emissão licenças (que tem de ser pagas pelos taxistas). Em suma; neste pequeno país a actividade dos Táxis está regulada mas em muitos aspectos esta regulação falha porque a máquina burocrática é “pesada” q.b. e como não existe concorrência os Taxistas fazem o que mais lhe convêm para retirar o maior lucro possível. Mesmo que para tal recorram a meios pouco honestos como aqueles que nos são relatados pela Jornalista Vânia Maia da revista Visão neste artigo.

 

Já na “Uberlândia” os Táxis foram praticamente extintos pelas plataformas digitais Uber, Cabify e outras do género. Isto porque as ditas plataformas oferecem ao público em geral o mesmo tipo de serviço que ofereciam os antiquados Taxistas a um preço mais acessível com carros novos e limpos conduzidos por motoristas apresentáveis, afáveis e respeitadores de tudo e todos. Para mais é impossível a estas plataformas “minar” a confiança do cliente porque os seus motoristas e carros estão devidamente identificados e o custo das viagens devidamente fixadas e pagas no momento em que o cliente solicitava os serviços das plataformas. Mas nem “tudo são rosas” na “Uberlândia” dado que os motoristas das ditas plataformas são trabalhadores precários e as multinacionais que exploram a Uber e a Cabify não tem os seus lucros devidamente tributados pelo país porque não existe qualquer legislação neste sentido.

 

Ora passando o que expus até aqui para a nossa realidade temos que o Partido Comunista Português (PCP), a ala mais radical do Bloco de Esquerda (BE) e os Taxistas (no seu global) querem impor-nos através da força e das frases/ideias pré concebidas a “Taxilândia”. Já as grandes multinacionais que exploram as plataformas Uber e Cabify querem fazer o oposto; ou seja, fazer de Portugal a “Uberlãndia”.

 

Contudo o Mundo está longe – muito longe mesmo – de ter somente duas cores. É perfeitamente possível uma convivência natural entre Táxis e Uber/Cabify. Isto porque ao contrário do que pensam e dizem PCP, a ala mais radical do BE e os Taxistas, Portugal tem uma economia regulada por entidades que tem o poder de intervir nos mais diversos sectores para se evitarem as situações de abuso que os monopólios potenciam.

 

É preciso ter-se em linha de conta que a sociedade portuguesa (tal como o actual Governo) não quer que Portugal seja uma “Uberlândia”.

 

O que a sociedade portuguesa quer é ter uma oferta decente de serviços de transportes de passageiros em veículos ligeiros. Só que para tal tem de haver concorrência entre os prestadores deste serviço, concorrência esta que será sempre – mas sempre – devidamente regulada pelo regulador que em Portugal dá pelo nome de Autoridade da Concorrência.

 

Em suma; o PCP, a ala mais radical do Bloco de Esquerda e os Taxistas podem dar as voltas que quiserem dar à rotunda (do Relógio e não só), mas ainda está para vir o dia em que os monopólios sejam algo de bom para serem mantidos custe o que custar.

 

Artigo publicado no site Repórter Sombra (17/10/2016)

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publicado às 16:37


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