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1 - Tal como tinha aqui dito, por mais do que uma vez, a Esquerda Portuguesa entendeu-se na perfeição e temos agora um Partido Socialista (PS) pronto para governar com o apoio parlamentar do Bloco de Esquerda (BE) e Coligação Democrática Unitária CDU - entenda-se aqui PCP e Verdes - restando somente saber os termos do acordo que será assinado muito em breve por PS, BE e CDU.
É, portanto, facto consumado que a Esquerda Portuguesa apresentou a Cavaco Silva, Presidente da República Portuguesa (PR) uma solução de Governo que oferece mais garantias de estabilidade a médio e longo prazo do que a solução de Governo que a Coligação de Direita Portugal à Frente (PàF) - entenda-se aqui PSD e CDS -, dito de outra forma temos que uma Coligação de Esquerda (PS/BE/CDU) apresentou ao Sr. Presidente da República planos de um Governo para os 4 anos de uma Legislatura e a Coligação de Direita apresentou à mesma entidades uma solução de Governo para durar 1 ano, 1 ano e meio no máximo.
2 - Aníbal Cavaco Silva, Presidente da República Portuguesa, tinha perfeita consciência do que acabei de descrever no ponto anterior pois ouviu todos os Partidos com assento parlamentar antes de nomear Pedro Passos Coelho, Líder da PàF, Primeiro-ministro de Portugal (PM). E neste ponto estamos todos de acordo em como não ocorreu nenhuma anormalidade pois é perfeitamente legítimo ao PR indigitar para PM o Líder do Partido mais votado nas últimas eleições. Para mais tal possibilidade está prevista na Constituição da República Portuguesa (CRP).
Agora o que o PR não pode é dar a entender aos Portugueses que só irá aceitar nomear o Primeiro-ministro que seja do seu agrado. Por muito que Cavaco Silva não goste este não tem o direito e legitimidade legal para apelar à revolta dentro do PS e muitos menos este tem poderes para proibir o BE e a CDU de participarem num Governo de Esquerda. Cavaco tem a obrigação de defender, respeitar e aplicar todos os preceitos constitucionais da nossa CRP.
Ora isto para reiterar mais uma vez aquilo que já tenho aqui dito: a solução mais lógica para a actual crise política reside na criação de um Governo de Esquerda liderado pelo PS apoiado pelo BE e CDU. Não há grande volta a dar até porque o “raspanete” que Cavaco Silva deu aos Partidos de Esquerda (PS, BE e CDU) no seu último discurso vai ter o efeito contrário do pretendido por este. Ou seja; se no PS existiam vozes contra uma Coligação com o BE e CDU estas vão deixar de existir e o mesmo irá suceder no BE e CDU que tudo irão fazer para que o já aqui falado acordo seja firmado o mais rapidamente possível.
Para os mais distraídos fica aqui uma pequena ressalva; a PàF será Governo por 10 dias porque este é o prazo legal que esta tem para apresentar o seu Governo e Programa à Assembleia da República (AR) após o seu Líder ter sido indigitado como Primeiro-ministro pelo Presidente da República. E é certo e sabido que a Coligação de Esquerda vai apresentar várias moções de rejeição do Governo PàF, moções que serão aprovadas dado que a Coligação de Esquerda tem a maioria absoluta na AR (a título de exemplo veja-se “tareia” que a Coligação de Direita levou na eleição de Ferros Rodrigues como Presidente da Assembleia da República).
E já que falamos aqui da eleição de Ferro Rodrigues gostaria somente de dizer que não sou grande apoiante de Ferro, nunca vi neste um político com grandes capacidades mas sim mais um produto do aparelho do Partido, contudo acho que é extremamente difícil alguém fazer pior do que o que fez Assunção Esteves. E digo isto sem rodeios pois Assunção esteves nunca esteve à altura do cargo que desempenhou ao longo dos últimos 4 anos e inclusive foram demasiadas as polémicas que esta protagonizou na AR.
3 - Chegados aqui há que perceber porquê razão isto está como está.
O argumento que tem sido veiculado e repetido até à exaustão pela Direita e Comunicação Social a ela afecta é de que a Esquerda é irresponsável e que não estão a ser respeitadas as expectativas dos eleitores que participaram no último acto eleitoral. Duas enormes falácias que não se tornarão verdade mesmo que repetidas muitas vezes.
Isto porque irresponsável foi a Direita que nos últimos 4 anos de governação desrespeitou, insultou e tentou (e tenta) instrumentalizar a Oposição. Não houve um único Diploma Legislativo da Oposição que não tivesse sido chumbado por toda a Direita que estava em maioria absoluta na última legislatura. Não houve nunca diálogo com as forças da Oposição e quando havia algo de parecido com isto era para a Direita se apoiar no PS em questões sensíveis onde esta não queria ficar “mal na fotografia”. E já diz o Povo que “quem semeia ventos, colhe tempestades”…
E já que falamos de irresponsáveis, irresponsável tem sido também o Partido Popular Europeu (PPE), Partido que congrega todos os Partidos Europeus de Direita porque Portugal está longe de se parecer em momento algum com a Grécia. Isto porque Portugal não está sob um terceiro resgaste imposto pelo PPE e patrocinado pela Nova Democracia, Partido da Direita Grega que enquanto esteve no Poder em Atenas agravou, e de que maneira, a débil situação económico-financeira da Grécia. O medo da mudança e de que lhe retirem o cadeirão não dá o direito aos elementos do PPE de dizer disparates e barbaridades sem nexo e sentido algum. E já agora no que à questão do “extremismo” diz respeito eu gostava que o Sr. Presidente do PPE me expliquem como é que tolera a presença do “Ditador” Viktor Orbán (palavras de Jean-Claude Juncker) no seu Partido.
Já relativamente à questão das expectativas do eleitorado há que dizer que a Direita Portuguesa pensa que somos todos burros. Em parte até que tem a sua razão porque, como já aqui o disse, em Portugal há muita falta de cultura democrática dado que muita gente vota não nos programas dos Partidos mas sim no seu Clube e depois vêm para a Redes Sociais dizer os mesmos disparates que a Direita tem dito nos últimos tempos.
Podem dar as piruetas que quiserem dar mas durante a Campanha Eleitoral António Costa (Líder do PS), Catarina Martins (Líder do BE) e Jerónimo de Sousa (Líder da CDU) sempre disseram, e por mais do que uma vez, que não apoiariam de forma alguma um Governo PàF e que tudo fariam para que este não conseguisse formar Governo. Inclusive Catarina Martins disse publicamente, e também por mais do que uma vez, que o BE estava disponível para criar uma Coligação com o PS. Ora mesmo sabendo de tudo isto o Povo Português foi às urnas e não deu maioria absoluta à PàF.
Agora expliquem-me como é que perante tal cenário houve, até à data, algum desrespeito das expectativas do eleitorado por parte de PS, BE e CDU.
4 - Por último gostaria de deixar aqui uma breve nota sobre o que se está passar em Angola com o activista Luaty Beirão.
Não vou, nem quero, comentar processos judiciais em curso porque neste tipo de situações só sabemos uma parte da história e não a versão completa da mesma, contudo sei muito bem como funciona a oligarquia Angolana e a forma como esta trata quem está contra ela pelo que entendo, embora não apoie, quem se encontra do lado da luta de Luaty.
Agora não posso deixar de fazer notar que todo a pressão que anónimos, Amnistia Internacional e BE têm estado a fazer sobre Portugal para que se faça algo a nível diplomático é um esforço inglório. Isto porque é bom recordar que Rui Machete, Ministro dos Negócios Estrangeiros, já cometeu a proeza de dirigir um pedido de desculpas público a Angola na altura em que altos dirigentes Angolanos estavam a ser investigados por suposta lavagem de dinheiro. E acho que nem vale a pena relembrar a figura ridícula que Portugal fez aquando da entrada da Guine Equatorial na CPLP, entrada esta patrocinada e imposta por Angola e Brasil.
Artigo publicado no Repórter Sombra
Imagem de zerozero
Como sempre estive no Dragão a assistir in loco ao empate a zero bolas entre FC Porto e SC Braga. Sabia de antemão que o Sporting CP de Jorge Jesus tinha “cilindrado” o SL Benfica de Rui Vitória em pleno Estádio da Luz pelo que sabia que era imperativo o Futebol Clube do Porto vencer hoje. E também sabia eu que defrontar este Braga de Paulo Fonseca (treinadores a quem menos hipóteses deram de mostrar o seu valor no comando técnico do FC Porto) ia ser muito complicado. Deveras complicado. Infelizmente tal facto veio a verificar-se.
O Sporting Clube de Braga não fez nada para vencer o jogo. Os Guerreiros do Minho vieram á Invicta jogar para o “pontinhio” e conseguiram alcançar este objectivo em casa de um Futebol Clube do Porto que não jogou mal mas que, como sempre, foi demasiado previsível e pagou cara esta factura. Muito cara mesmo pois agora já tem de olhar para cima para ver o Sporting Clube de Portugal no 1.º lugar da tabela classificativa da Liga NOS.
Repito pela milésima vez:
- O Futebol Clube do Porto não pode jogar em posse e esperar que um dos seus criativos/lance fortuito “abra” o jogo marcando o golo inaugural. Tem de haver um jogo colectivo, um plano a, b e até mesmo para dar a volta a equipas de qualidade e bem organizadas como este Braga de Paulo Fonseca;
- Os cantos e livres devem ser trabalhados pois no futebol moderno estes lances resolvem partidas. Não podemos estar sempre à espera que a sorte nos bafeje aquando de um canto ou livre;
- Julen Lopetegui não pode insistir no seu sistema de jogo “quer faça sol, quer faça chuva”. O basco tem muitas capacidades mas se não consegue preparar a sua equipa nos treinos então que arranque alguém que o ajude nesta tarefa para que quando tiver outro Braga pela frente saiba como o derrotar.
Já ando a dizer isto deste a época passada...
Depois venham-me cá com o colinho e mantos protectores. O actual Sporting CP tem tido direito a muito colinho e manto protector é por isto…
Nada está perdido mas a verdade é que o FC Porto agora é segundo classificado fruto deste empate caseiro com o Braga e já tem o Sporting CP a dois pontos de distância. E é assim que se começam a perder campeonatos. Isto a não ser que Julen perceba de uma vez por todas que tem de juntar á sua filosofia de posse uma maior acutilância ofensiva e alternativas de ataque sempre que o jogo assim o exija.
Chave do Jogo: A Chave desta partida que acabou por definir o seu desfecho final surgiu aquando da lesão do defesa Djavan do Sporting Clube de Braga. Foi (salvo erro) ao minuto 16 da partida. Até esta altura o Futebol Clube do Porto estava literalmente “em cima” do Braga e nada fazia prever que tudo acabaria com um empate a zero bolas. Após a substituição de Djavan por lesão os Bracarenses passaram a jogar muito melhor e mais organizados acabando por impor o seu futebol e tal conduziu-os à conquista do seu objectivo.
Positivo: O bom futebol praticado pelos Portistas. Já o disse por mais do que uma vez; o Futebol Clube do Porto não joga mal e a sua filosofia de posse faz com que acabe a dominar os jogos e a impor o seu futebol, contudo falta-lhe acutilância e organização ofensiva. Aos Dragões falta-lhes um colectivo trabalhada e preparado para as incidências de uma partida de futebol. Basicamente falta-lhe treino pois qualidade este tem e em doses bem razoáveis.
Negativo: Para além do que já disse anteriormente coloco como negativo a atitude do público do Dragão. Evidentemente que não sou daqueles que acha que se deve estar a bater palmas e a cantar o jogo todo (focas amestradas é no zoo) mas sei bem que isto do assobio e do insulto gratuito quando o tempo escasseia e o resultado não aparece é do pior que um adepto pode fazer à sai equipa. Já não basta a equipa não ter organização ofensiva nem estar minimamente preparada para inovar quando a solução habitual não surge e tem também de lidar com o imenso ruído negativo que vem das bancadas. Lamentável.
Crime, Drama, Mistério (2015) - “Sr. Holmes”
Realizador: Bill Condon
Elenco: Ian McKellen, Laura Linney, Hiroyuki Sanada
Sinopse: 1947. O famoso detective Sherlock Holmes (Ian McKellen) tem 93 anos, aposentado, vive numa casa remota no litoral com a sua governanta Mrs. Munro (Laura Linney) e o filho dela, o pequeno Roger (Milo Parker). Lidando com a deterioração da sua mente por causa da idade, Sherlock Holmes continua obcecado com um caso que nunca conseguiu decifrar. Sem a companhia do seu fiel escudeiro Dr. Watson, Sherlock vai tentar desvendar este último mistério.
Critica: Arranco atribuindo a nota que acho que esta produção de Bill Condon merece: satisfaz menos. Isto porque este filme frusta o fã das histórias de Sherlock Holmes e a certo momento acaba por ser complicado seguir o rumo dos acontecimentos dado que de lidar com uma mudança muito brusca e radical da personagem principal.
Se querem saber a minha opinião esta nova versão de Sherlock Holmes peva pelo sei argumento. Demasiado pesado, demasiado pormenorizado e com imenso diálogo. Factores que acabam por retirar o interesse ao filme dado que quem escolhe ver um filme de Sherlock Holmes está sempre à espera de algo mais emotivo, cativante e imprevisível. Bem sei que Bill Condon pretendeu abordar a mais famosa personagem do mundo da ficção de uma forma diferente, mas, a meu ver, esta abordagem falhou por completo.
Relativamente ao elenco acho que existe uma enorme falha: Milo Parker. Convenhamos ou se tem jeito para o cinema ou não se tem e Milo Parker certamente não tem jeito nenhum para o cinema. Poderia estar somente nele o mal do elenco deste filme mas não está porque todos os outros não fazem nada para melhorar o terrível desempenho de Milo Parker. Ian McKellen ainda dá um “ar da sua graça” mas não melhora em nada o desempenho do elenco. E é uma pena que assim seja pois “fere de morte” esta nova e arrojada abordagem de Bill Condon.
Por último os cenários e banda sonora. Os únicos pontos positivos deste filme. Cenários originais e bem pensados acabam por retratar bem a época onde os vários momentos da Vida de Holmes se desenrolam e como tal cativam a atenção do espectador. A banda sonora, também ela bem pensada e equilibrada, faz o mesmo efeito.
Em suma, Mr. Holmes não tem a minha recomendação mas caredito qye haverá quem goste do dito.
Shukaku (守鶴, Shukaku) ou Uma-Cauda (一尾, Ichibi) - Naruto Shippuden