Saltar para: Posts [1], Pesquisa e Arquivos [2]
Ser-se ciclista em Portugal não é fácil. Não bastasse a falta de infra estruturas (entenda-se ciclovias), temos também de lidar com a pujança e má criação de quem circula nos passeios e ruas das nossas cidades.
No caso dos passeios sou como o outro. Quem circula num passeio não espera de forma alguma vir a ter de ceder passagem a bicicletas. Contudo nada impede um ciclista de circular no passeio se não houver uma ciclovia ou BUS. Naturalmente que quem vai a pedalar num passeio deve ser paciente, educado e cauteloso.
Já nas ruas a música é outra. É que é por aí que as bicicletas devem circular preferencialmente. E claro que o devem fazer de forma a não perturbar o trânsito, circulando sempre o mais encostado possível ao passeio (e quando digo o mais encostado possível não estou a dizer que devem circular na berma, facto que, por si só, é impossível) e sinalizar sempre com o braço estendido a intenção de virar à esquerda/direita. À noite os cuidados na rua de um ciclista devem ser redobrados uma vez que, para além do capacete que se deve utilizar sempre, exige-se que se circule com um colete reflector e uma luz dianteira/traseira.
Na passada Sexta-feira à noite sai do escritório. Esperei que todos os carros tivessem passado, comecei a circular e virei para uma rua com dois sentidos. Neste momento eis que um condutor começa a buzinar e a barafustar alto e bom som enquanto me ultrapassava. Como se fosse o Rei da estrada que quer o trajecto só para ele. Eu estava de capacete posto, colete reflector equipado, luz dianteira e traseira ligada e seguia o mais encostado possível ao passeio. Que queria sua Eminência parda que eu fizesse mais? Que me atirasse para cima do passeio para que o Excelentíssimo passasse sem ter de fazer uma ultrapassagem?
Mais á frente, depois de ter estado num semáforo à espera do verde, eis que outra inteligência começa aos berros. Não me perguntem o que queria a personagem até porque eu estava mais atento ao que se ia passando à minha frente, mas sei que o “recado” era para mim.
Sinceramente que quer esta gente? Se vamos de bicicleta no passeio ralham. Se vamos na rua protestam e buzinam.
Ciclista urbano sofre!