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“O que acontece depois é que, em Portugal, se agregam impostos enormes."
Esta frase é da autoria do Sr. Manuel Ferreira de Oliveira, Presidente da GALP (Petrolífera Portuguesa).
Tal declaração surge num vasto rol de críticas aos Impostos Verdes.
Não estou aqui a defender o indefensável (entenda-se Executivo de Passos/Portas). Nem quero, de forma alguma, olhar de forma leviana para a questão dos Impostos Verdes/Taxas. Contudo não posso deixar de ler estas declarações do Presidente da GALP sem colocar em cima da mesa todos os factos.
É inteiramente verdade quando Manuel Ferreira de Oliveira afirma que “a GALP energia tem poder de mercado igual a zero na definição dos preços dos combustíveis. São commodities de grande dimensão global e os preços são definidos hora a hora nos mercados internacionais, resultando da oferta e da procura”. Temos de ter sempre em consideração que a GALP não extrai Crude. Antes importa o dito para depois fazer os seus derivados nas Refinarias.
Mas convêm não esquecer que o preço do petróleo nos mercados internacionais caiu para mínimos históricos. As cotações do petróleo estão baixas há meses, devido ao excesso de produção face às perspectivas pouco animadoras da procura mundial. O preço do Brent já caiu desde Junho quase 25%.
Ora, sou da opinião de que se vamos a jogo, devemos ir com o baralho todo e não só com o que nos dá mais jeito. E é isto que retira toda a razão do desabafo do Sr. Presidente da GALP.
Isto porque se o preço do crude/petróleo se encontra em mínimos históricos, então a GALP irá com toda a certeza adquirir a matéria-prima a um preço muito reduzido. E mesmo assim a Petrolífera nacional irá manter as suas tarifas, para desta forma poder aumentar a sua margem de lucro como bem se compreende. Não será, portanto, disparate algum afirmar que a margem de lucro da GALP aumentou, e aumentará, em larga escala nos próximos tempos.
Ora posto isto, se os Impostos Verdes indignam assim tanto o Sr. Presidente da GALP, porquê razão a Petrolífera não é solidária com o comum dos Cidadãos e suporta a tal carga fiscal?
Obviamente que esta será uma pergunta sem resposta, ou não fosse a GALP uma Empresa que tem como principal fim o Lucro e não a Justiça Social.
É nisto que dá o Sr. Manuel Ferreira de Oliveira querer dar uma de Isabel Jonet.