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Acompanho sempre o Telejornal da Tarde da RTP. Faço-o enquanto almoço e porque gosto de estar a par do que se vai passando no Mundo que me rodeia. Esta semana que está a terminar tenho sido sempre brindado com a prisão da Sra. D. Salomé na República Dominicana.
Ainda se a coisa fosse tipo dar a notícia, expor os factos, ouvir as partes e seguir em frente eu ainda era como o outro. O problema é que o caso da Senhora em questão está a ser alvo da habitual exploração mediática de um programa que dá pelo nome de Sexta às 9. O mesmo que se empenhou muito no caso do Meco, caso que depois de feitas as devidas averiguações pelas Autoridades Competentes acabou “por parir um tremendo rato”. Portanto por aqui vemos a qualidade e isenção do dito.
A Sra. D. Salomé tem sido tratada pela Comunicação Social Portuguesa como uma vítima. Até porque a verdade é que o que vende é este tipo de novela.
Contudo custa-me um pouco aceitar que alguém tenha na sua mala de viagem 50Kg de cocaína sem saber que tal estava lá. Assim como também me é complicado aceitar que tenham trocado a mala da Sra. e se tenham dado ao trabalho de deixar na mesma todos os indícios de que a dona da mala era a Sra. D. Salomé. E para mais a Sra. reside em Albufeira e por acaso, mas só mesmo por mero acaso, o Algarve é a porta de entrada da droga no nosso País.
Por isto desculpem lá a franqueza mas como ser pensante que sou não consigo aceitar a teoria da trama que a Sra. tem contado. E muito menos engulo a propaganda que a Comunicação Social tem feito a favor da Idosa.
Aceito de bom-tom que se manifestem contras as faltas de condições das celas de Punto Cana. Aceito também que se reclame por apoio da parte do Estado Português (que não poderá fazer mais que isto mesmo), assim como também percebo o papel de defesa que a Advogada da Sra. Salomé tem feito publicamente.
Agora não me venham para cá dizer que a Sra. D. Salomé está inocente. Bem sei que todos são inocentes até prova em contrário, mas os indícios contra a Sra. são por demais evidentes.
E apenas me pergunto se porventura a droga tivesse aparecido na mala do Zé Povinho num aeroporto qualquer de um País do Terceiro Mundo se teríamos o mesmo circo mediático que me invade o almoço todos os dias. Não me parece…