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Desde muito jovem que tive uma paixão pelas duas rodas. A culpa é toda dos meus Pais, principalmente do meu Pai, que até eu ter passado por uma doença deveras complicada me brindou sempre com uma bicicleta.
Mas tal como as nossas namoradas e esposas a relação não foi fácil e teve momentos de elevada tensão.
As minhas primeiras pedaladas no comando de uma Bicicleta foram sempre acompanhadas do meu Pai e das… famosas rodinhas. Para me ver livre das tais rodinhas foi um dia de juízo… Mas lá consegui e passei a subir e descer a minha primeira rua montado numa Bicicleta.
O tempo foi passando e a minha pequena amiga de duas rodas teve de ceder o sue lugar a uma bicicleta para graúdos. Na altura a moda eram as BMX que tinham um selim desconfortável mas que eram de uma resistência impressionante. O que a pobre da Bicla passou comigo sentado em cima dela até ter sido encostada.
Muito mais tarde, salvo erro quando eu tinha os meus 15 anos, seguiu-se outra sucessão. Desta vez para uma de montanha que era uma novidade na altura. Com tal Bicla e idade os desafios eram outros e a viagem até ao labiríntico jardim perto de minha casa passou a ser o pão nosso de cada fim-de-semana. Pouco me importava com as manobras que tinha de fazer no elevador onde a pobre desgraçada não cabia. O que eu queria era ir dar umas quantas voltas de bicicleta e o resto era música.
Chegados aos meus 16 anos o Destino pregou-me uma partida e a doença obrigou-me a colocar de lado a minha “carreira” de Ciclista. Foram anos duros e a bicicleta sentiu tal abandono forçado “na pele”. Acabou esquecida nos arrumos do prédio onde ainda hoje permanece a ser torturada pela ferrugem.
Passou-se o Liceu, a Faculdade, Licenciatura, Estágio e abertura de escritório sem voltar a pensar em voltar a dar ao pedal. A paixão continuava lá mas nunca conseguiu voltar aos tempos de antigamente.
Isto até à semana passada. Farto que estava de fazer o trajecto casa/escritório, escritório/casa a pé e com pouca paciência para os Transportes Públicos, eis que resolvi comprar uma Bicicleta. Desta vez não é uma BMX e muitos menos uma de Montanha dado que o meu objectivo não é o de andar a trilhar montanhas (embora aqui para o Porto mais pareça). A ideia é ter um meio de transporte barato, seguro e fácil de se estacionar. Como tal eis que com 36 anos feitos agarrei nas poupanças e comprei uma Bicla Citadina.
A experiência tem sido engraçada. Confesso que não tem sido fácil pois em 20 anos muita coisa mudou para melhor (e eu notei tal coisa quando recomecei a pedalar…), mas nada que me impeça hoje de fazer o trajecto habitual de uma forma bem mais rápida. O problema é que tenho “muita ferrugem para tirar”, mas isto é outra história que contarei noutra altura.