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As obras do Catalão Juan Miró estão de volta ao debate público. Isto porque a leiloeira Christie's anunciou publicamente que estas vão voltar a leilão em Junho do corrente ano.
Sobre este assunto eu tenho ouvido e lido muito “ruído”.
Entre este “ruído” há um argumento a favor da venda dos quadros porque a actual geração de Portugueses pouco ou nada percebe de arte e como tal não vale a pena a sua exposição nos Museus nacionais. Dei ainda conta de outro que defende a venda das ditas obras porque a dívida que o “defunto” BPN tem para com a Caixa Geral de Depósitos tem de ser paga senão o Banco do Estado “vai ao charco” e como tal será preferível faze-lo com a venda destas obras de Miró do que com o dinheiro dos Contribuintes.
Se o primeiro argumento a favor da venda das pinturas e esculturas de Miró me parece no mínimo ridículo, para não dizer de uma estupidez militante, já o segundo me parece bem mais razoável. Contudo existe aqui um pequeno grande senão.
Pouca gente saberá (porque talvez não interesse falar muito nisto) que qualquer obra de arte que se encontre em solo Português, esteja ela na posse do Estado ou de um qualquer Privado, só pode sair do País com um parecer positivo da parte das Autoridades competentes (a saber Secretaria do Estado da Cultura/Ministério da Cultura). De outra forma a saída destas é estritamente ilegal uma vez que o contrabando à luz da nossa legislação Penal é um crime punível com pena de prisão.
Ora perante o exposto fica-se sem perceber porquê razão o Presidente do Conselho de Administração da Parvalorem, Francisco Nogueira Leite, afirmou que seria marcado um novo leilão "assim que houver condições económicas para o fazer".
E o resto Sr. Presidente? Fica pelo caminho ou será que acha uma piada tremenda a isto de andar com os quadros e esculturas “debaixo do braço” em plena fronteira a coberto da noite ao estilo dos contrabandistas?
p.s. Bem sei que hoje joga o Futebol Clube do Porto e que quando tal sucede eu faço sempre uma espécie de rescaldo sobre o jogo, mas como vou estar no Dragão a ver a partida não terei tempo de chegar a casa e de escrever sobre o jogo. As minhas desculpas mas lá para Domingo já terão direito a uma crónica “futeboleira”.