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Mundo cão este em que vivemos

por Pedro Silva, em 31.01.14

Publicado hoje na página da TVI:

MAIS UM EPÍSÓDIO DA “PRAXE”, OU NÃO… 

O episódio que a seguir vou relatar ocorreu recentemente, perante os meus olhos incrédulos, sem que eu pudesse fazer alguma coisa para o contrariar:

Era Inverno. Lá fora, próximo da meia-noite, o frio era óbvio, sendo que as temperaturas deviam rondar os 9ºC. Já tinha, inclusive, chovido bastante.

Dentro de casa, três indivíduos (1 rapaz e 2 raparigas), expectantes e nervosos, estavam perante o dilema de saber que aquela poderia ser a sua última noite naquele local.

De súbito, imperiosa, ouve-se uma voz que, sem apelo, nem agravo, lhes coloca o seguinte desafio: Mergulhar numa piscina e retirar todas as bolas que se encontravam no seu fundo, tudo num curto espaço de tempo. Aquele que encontrasse a bola premiada seria contemplado com a possibilidade de continuar e, quiçá, ser o grande vencedor, os outros dois seriam castigados com a sua expulsão.

Sem hesitar, os três indivíduos levantam-se, despem todas as suas roupas, ficando apenas de soutien e cuecas e saem para o exterior, alinhando junto à borda duma piscina.

A tremer, de frio e de nervosismo, uma das candidatas resolve desistir. Não tem coragem, não se quer atirar para dentro da água gelada. Recua e, em lágrimas, veste um roupão. 

Rapidamente e autoritariamente, a tal voz volta a surgir e, sem mostrar a cara, insiste para que a candidata continue na prova.

A candidata chora, mas face às insistências e com o nervoso do desconhecido, volta a despir-se e a alinhar junto à piscina.

À contagem daquela voz, os três candidatos lançam-se em mergulho na piscina para cumprirem a prova. Passado cerca de um longo e gélido minuto, os candidatos saem da água enregelados, sendo que um deles (uma das raparigas) não tinha ainda completado a prova. Face a essa evidência a voz volta a ordenar que se atire novamente para aquela água e que complete a sua prova.

A tremer de frio e de olhar vago e perdido, a candidata volta a mergulhar e a muito custo consegue terminar a prova, sendo retirada da água com a ajuda dos seus colegas.

A prova termina. Uma candidata vence. Os outros dois são expulsos naquela mesma noite.

Não, isto não se passou numa sessão de Praxe.
Isto ocorreu na terça-feira à noite, em direto, num programa do canal aberto TVI, perante cerca de um milhão de telespetadores. Os candidatos eram concorrentes de um programa chamado “Casa dos Segredos – Desafio Final 2”.

Contaram-me que recentemente, nesse mesmo programa, os concorrentes foram sujeitos a, de olhos vendados, colocarem a mão num recipiente cheio de baratas, bem como, a comerem um prato cheio de grilos/gafanhotos fritos. Tudo sob pena de serem expulsos de um programa de televisão e em troca de mais uns minutos de fama.

Infelizmente, sobre isto a TVI não perdeu um único minuto do seu jornal da noite a comentar as atrocidades destas práticas televisivas, nem submeteu a debate juízes, professores e dirigentes associativos.

Como é que se pode compreender que um canal de televisão tenha a audácia de, em menos de 30 minutos, discorrer tudo sobre os “males” e “violências” da Praxe e, ao mesmo tempo, seja ela própria capaz de, nos seus programas, sujeitar os seus concorrentes a práticas que nem o mais vil dos praxistas seria capaz de se lembrar.

Esta é a televisão que temos e é bom que, neste e noutros temas, sejamos capazes de saber separar o trigo do joio, a informação da charlatice e a seriedade da ignorância.

Nuno Amen

 

Este texto foi publicado nesta página do facebook. Não creio que seja preciso acrescentar seja o que for.

 

Será a última vez que falarei neste espaço sobre Praxes.

 

Apenas recordo que em todos os casos de Policia que foram altamente mediatizados a "montanha pariu um rato". Como exemplos temos o Caso dos desaparecimentos de Rui Pedro e Maddie, Processo Apito Dourado, Caso BPN, etc., etc., etc.

 

Termino respondendo ao desafio da follow friday que me foi colocado pela equipa dos Blogs do SAPO. Recomendo então a visita e leitura do Blog E AGORA ?? do lovenox.

 

Trata-se de um espaço onde o seu autor analisa algumas noticias de uma forma simplista para que todos percebam que muitas vezes o lucro se coloca à frente do dever de informar. Recomendo a sua visita até porque faz bem à malta usar a massa critica de quando em vez.

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publicado às 16:21


Já chega deste disco riscado

por Pedro Silva, em 30.01.14

Desculpem lá mas não posso ficar calado perante mais um dia em que a nossa Comunicação Social em peso resolve voltar a bater na mesma tecla das Praxes Académicas.

 

Acho bem que se debata o assunto, que se penalize severamente quem incita às Praxes violentas, assim como sou totalmente a favor que as Autoridades Competentes (entenda-se Autoridades Competentes por Policia Judiciária e Ministério Público e não “detectives de algibeira” que criam contas de e-mail para investigar por conta própria) descubram o que realmente aconteceu na Praia do Meco.

 

Agora acho mal e revoltante que a nossa Comunicação Social tome partido pela facção Anti Praxe e opte pela generalização de todas as Praxes em detrimento do seu claro e estrito dever de informar. Isto porque nem tudo é igual em todo o lado. Existem Praxes boas, Praxes más, Praxistas bons e Praxistas maus. Generalizar é perigoso.

 

Custará assim tanto às nossas Televisões, Jornais e Rádios darem voz e corpo a ambos os lados da Praxe? Porquê razão insistem na Tese de que tudo o que tenha uma Capa e Batina é mau, bêbado, irresponsável e masoquista ao ponto de adorar humilhar o próximo? Uma moeda não tem sempre duas faces?

 

Para mais existem temas bem mais interessantes sobre os quais a nossa Sociedade deveria debruçar-se. O Blog 365 forte traz a lume algo muito mais importante que esta discussão de surdos, mudos e cegos que a Comunicação Social Portuguesa teima em dar força e visibilidade.

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publicado às 12:38


Caixa de Música: The Safety Dance

por Pedro Silva, em 30.01.14

Banda: Men Without Hats

Album: Rhythm of Youth

Ano: 14 de janeiro, 1983  (Canada); 16 de Março, 1983  (USA) e 22 de Agosto, 1983  (UK)

Letra: The Safety Dance

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publicado às 10:00


O Sobrevivente

por Pedro Silva, em 29.01.14

Acção, Biografia (2013) - "Lone Survivor"

Realizador: Peter Berg 

Elenco: Mark Wahlberg, Taylor Kitsch, Emile Hirsch, Ben Foster

 

Sinopse: Quatro Navy SEALS norte-americanos partiram numa noite límpida, no início de Julho de 2005, para a fronteira montanhosa entre o Afeganistão e o Paquistão para uma missão de reconhecimento. A sua tarefa era documentar a actividade de um líder da al Qaeda que, de acordo com alguns rumores, estaria muito perto de Bin Laden com um pequeno exército num quartel militar talibã. Cinco dias mais tarde, apenas um dos Navy SEALS conseguiu regressar. Esta é a história do único sobrevivente da Operation Redwing, do líder de equipa SEAL Marcus Lutrell e do extraordinário confronto que este liderou contra a maior perda de vidas da história dos Navy SEALS. Os seus colegas de equipa lutaram valentemente ao seu lado até este ser o único sobrevivente, tendo sido projecto pela explosão de um RPG para um local onde os seus perseguidores não conseguiram encontrar. Nos próximos quatro dias, terrivelmente magoado e presumivelmente morto, Lutrell rastejou durante quilómetros, através das montanhas, tendo sido recebido por simpáticos aldeões que arriscaram as suas vidas para o manter a salvo dos circundantes guerreiros talibãs.

 

Sinceramente este filme pode satisfazer os gostos de muito boa gente, mas eu tenho sempre uma enorme dificuldade em aceitar produções “patrioteiras”.

 

Uma coisa é realizar um filme Patriótico recorrendo a factos históricos, outra bem diferente é dar uma de Patriota fazendo pouco da sua Pátria. É isto que acontece neste filme onde vemos um grupo de soldados que são enviados para o mato com camuflados do deserto e com um arsenal que não consegue competir com o armamento dos Talibãs que é do século passado.

 

Para mais tenho muitas dúvidas de que no Afeganistão exista o mesmo tipo de vegetação que existe nos Estados Unidos da América. Se era para se fazer um retrato o mais fiel possível do que realmente sucedeu então que se façam as coisas como deve ser tal como se fez no filme Argo.

 

E como se não bastasse temos um elenco que parece ter saído do Wrestling. E se calhar não devo andar muito longe da verdade. Só lá falta o John Cena.

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publicado às 11:00


Isto de olhar só para o seu umbigo…

por Pedro Silva, em 28.01.14

A semana passada recebi na minha caixa de e-mail uma mensagem relativa a uma Petição online. Fui ver o que era e eis que me deparei com isto:

 

Pelo fim do direito à greve nos serviços públicos fundamentais

 

Entre os fundamentos de tal iniciativa destaco o seguinte:

 

Apesar de o governo estar mandatado através do ato eleitoral para ser o poder executivo da nação, na realidade o patrão dos serviços públicos é o povo, pois é o povo que os sustenta através das suas contribuições fiscais, para que desta forma possa daí obter proveitos com a prestação desses mesmos serviços públicos. Uma greve no setor público implica assim por defeito, que as reivindicações laborais não são dirimidas ao governo, mas em última análise ao povo. 

 

No princípio da República, nunca o interesse de um grupo de pessoas (neste caso os servidores públicos), pode colocar em causa o bem comum, ou seja o interesse público. Ao aceitar a greve no setor público, o constitucionalista permitiu, que o interesse de um grupo de pessoas se sobrepusesse ao interesse público. Numa República, o interesse de um grupo de trabalhadores não se pode sobrepor ao interesse geral e comum. A greve do setor público afeta assim, por força inerente das funções em causa, o interesse público e os serviços prestados ao povo português. 

 

Esta argumentação lógica é totalmente diferente no setor privado, pois este não providencia por inerência das suas atividades profissionais um serviço público, sendo a sua missão final o lucro e os dividendos para os seus acionistas. De referir ainda que esta medida não traria uma novidade à Democracia portuguesa pois este modelo legal está já em vigor a título de exemplo nas forças de segurança. 

 

Ora bem, o Manuel e o Serafim defendem o fim das Greves no Sector Público, mais concretamente no sector dos Transportes Públicos, porque compram o passe todos os meses e ficam piores que estragados quando os Trabalhadores/Reformados dos STCP (por exemplo) fazem Greve sob o fundamento de que o Governo não lhes deve retirar dinheiro do Salário/Reforma que lhes custa(ou) a ganhar. Tudo isto em nome do interesse público.

 

Eu muito gostava que o actual Governo obrigasse o Manuel e o Serafim a terem de descontar 400€ do seu ordenado ao fim do mês a título de impostos, taxas e sobretaxas. A ver se tais personagens não faziam logo greve e iam para a porta da Assembleia da República e do Tribunal Constitucional protestar.

 

E já agora, quem disse que os privados não providenciam por inerência das suas actividades profissionais um serviço público?

 

A EDP é uma Empresa Pública? Ou o fornecimento de electricidade não é um serviço público? A BRISA também tem Funcionários Públicos ou é uma Empresa Privada que presta um serviço público?

 

É nisto que dá o Manuel e o Serafim olharem somente para o seu umbigo e virem-me com a letra de que a sua “argumentação é lógica”. Muito lógica. Não haja dúvidas.

p.s.: Quem quiser pode sempre consultar a dita Petição aqui 

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publicado às 11:00

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