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Sou dos que tem como máxima que no futebol aquilo que realmente interessa são as vitórias/objectivos. O futebol bonito fica para segundo plano. Especialmente quando falamos de uma competição “curta” como o futebol olímpico do Rio de Janeiro 2016. Mas existem limites para a paciência de um adepto e de um treinador. Portugal diante a Argélia não jogou absolutamente nada! E não me venham cá com a desculpa do horário (13H no Brasil) porque havia a clara obrigação de se ter feito mais – muito mais - diante de tão frágil selecção.
Portugal entrou nitidamente a “dormir” na primeira parte da partida. Não fosse Bruno Varela e aqui e acolá alguma sorte num ou noutro lance de ataque dos argelinos e teríamos um Portugal aflito a correr atrás do resultado porque embora a qualificação estivesse garantida é sempre melhor – muito melhor – vencer para que a moral se mantenha em níveis bem altos. Recorde-se que estamos numa fase da época em que muitos dos nossos jogadores estão ainda a tentar regressar ao seu ritmo normal após a paragem para as férias, dai que vencer seja muito importante para que a vontade de “dar o litro” nos treinos seja cada vez maior.
Apesar da péssima e desconcertante primeira parte (táctica nem vê-la), a Equipa de Todos Nós lá chegou ao golo num lance polémico onde o árbitro entendeu que o guardião africano fez falta para grande penalidade sobre um dos atletas lusos. Gonçalo Paciência lá marcou o golo e Portugal estava na frente do marcador. Mas foi sol de pouca dura pois os argelinos chegariam ao golo do empate num lance onde os centrais portugueses “ficaram a ver a banda a passar”, e o avançado argelino não desperdiçou a oferta… um erro tremendo da defesa de Portugal que a repetir-se daqui para a frente pode muito bem vir a ser a “morte do artista”.
Já na segunda parte a coisa melhorou um pouco. Rui Jorge parece ter visto o miserável e procurou trazer algum discernimento a um meio campo português que simplesmente não entrou em campo. Mas tal acabou pro ser “sol de pouca dura”… Portugal ainda conseguiu pressionar a fraca Argélia, criou alguns lances de perigo, esteve perto do segundo golo mas rapidamente tudo voltou ao “joguinho” da primeira parte onde parecia que os nossos atletas estavam a fazer uma espécie de frete. Foi na segunda parte que a defesa de Portugal cometeu dois erros de palmatória que só não deram em golo por mero acaso e muita aselhice dos argelinos.
Em suma; compreendo que seja muito complicado gerir o esforço e fadiga física e psicológica dos jogadores numa competição cujo calendário é muito apertado, mas esta displicência e “deixa andar” é inadmissível. Especialmente quando falamos de uma equipa como Portugal que tem qualidade para vencer esta Argélia “com uma perna às costas”. Vamos a ver quem será o próximo adversário da nossa selecção, mas é bom que exibições como a de hoje não se repitam porque a partir de agora quem perder não terá uma segunda oportunidade.
Chave do Jogo: Inexistente. Portugal e Argélia não foram nunca capazes de fazer pender a vitória para o seu lado dado que nunca procuraram resolver a partida.
Positivo: Pité. De todos Pité foi o único dos selecionados de Rui Jorge que mostrou vontade, talento e querer. Um oásis no enorme “deserto” de ideias que foi hoje a selecção nacional.
Negativo: Tiago Ilori. Jürgen Klopp tem toda a razão quando diz não contar com Ilori para a nova temporada do Liverpool. O central português esteve muito mal na partida de hoje.