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Festejemos Irmãos

por Pedro Silva, em 18.01.16

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1 –  A 14 de Janeiro de 2011, uma multidão protestava pelas ruas de Túnis, capital da Tunísia, contra o Regime do Presidente Zine El Abidine Ben Ali, o que levou à queda do primeiro líder de um País Árabe por força da pressão popular. Esse movimento seria o epicentro de um terremoto geopolítico que mudou o Mundo Árabe, a chamada Primavera Árabe.

 

No passado dia 14 alguma da nossa Imprensa fez referência ao facto aproveitando para colocar imagens de regozijo pelo sucedido há 6 anos atrás. Mas será que existem mesmo motivos para olharmos para a Primavera Árabe com orgulho e satisfação? Ora vejamos.

 

A Tunísia é hoje em dia uma Democracia. Existem vários Partidos em Tunes, há liberdade de voto e liberdade de expressão. O País continua a ser moderado no que à Religião diz respeito (tal como era durante o Regime de Zine El Abidine) e as Mulheres são respeitas e tem um estilo de vida “à ocidental”. Mas nem tudo são rosas.

 

A corrupção continua em níveis bastante elevados. A Economia Tinosona depende única, exclusivamente, do Turismo o que reduz, e muito, o leque de opções de uma População que tem de lutar todos os dias para poder trabalhar. A taxa de analfabetismo é elevada e, tirando Tunes, o País tem infra estruturas débeis e a assistência social é uma miragem. Para além disto o asno de 2015 mostrou-nos que não é seguro passar férias nas belíssimas praias Tunisinas dado que nunca se sabe quando um maluco de metralhadora em riste se lembra de praticar tiro ao alvo com os Turistas Ocidentais.

 

Temos, então, que os Tunisinos não têm assim tantas razões para festejar a Primavera que criaram. E o resto do Mundo Árabe também não (já lá vamos). O facto de a Comunicação Social Europeia - e não só - não “andarem em cima” do que sucede na Tunísia (como fizeram em 2011) não altera, em nada, a realidade das coisas.

 

2 – À pacífica revolução de Tunes seguiu-se a queda de Muammar al-Gaddafi na Líbia. Gaddafi tinha chegado ao Poder em 1969, sem derramar sangue, através de um Golpe de Estado e acabou deposto pela força das armas após a clara ingerência da NATO num assunto interno Líbio.

 

Após a morte de Muammar al-Gaddafi a Líbia entrou num “pequeno” ciclo de conflitos internos disputados pelas várias trinos que tentaram reclamar para si o controle dos Poços de Petróleo. Contudo estes já tinham caído nas mãos da “Comunidade Internacional” que os receberá como moeda de troca devido à cooperação da NATO no derrube do Regime de Gaddafi.

 

A corrupção continua a ser uma enorme realidade na Líbia, o Povo é, na sua grande maioria, analfabeto e assistência social é também uma enorme miragem do vasto de4serrto que rodeia o Pais. O mais caricato é que a gasolina escasseia num País que é, somente, um dos maiores produtores de petróleo do Mundo inteiro.

 

Mas a Primavera Árabe não se ficou pela “libertada” Líbia…

 

3 – Após o sucedido na Líbia foi a vez da dita cuja passar pelo Egipto onde Hosni Mubarak se perpetuava no Poder como os antigos Faraós. Aqui o cenário foi muito parecido com o Líbio. A única grande diferença foi que a Comunidade Internacional resolveu manter-se à margem de tudo o que ia sucedendo.

 

A Revolução Egipcia “levou tudo à sua frente”. Mataram-se inocentes nas ruas do Cairo, fez-se o possível e impossível para afastar os Jornalistas Internacionais da Capital Egípcia (inclusive os Revoltosos até violaram uma jornalista Norte-americana). Hosni Mubarak acabou por ser deposto e preso. A Democracia entrou em cena e a Irmandade Muçulmana de Mohamed Morsi (um grupo de Radicais Islâmicos) alcança o Poder pela via do voto livre.

 

Eleito Presidente de todo o Egipto Morsi teve como principal preocupação a abolição de toda e qualquer liberdade religiosa no Egipto, apontou armas ao eterno inimigo Israelita e preparou a sua eternização no Poder. Foi neste clima de tensão crescente que mais tarde as Forças Armadas Egipcias entraram em campo para colocar fim ao Regime de Mortsi e instalar algo de muito parecido com o que existiu durante décadas com Hosni Mubarak.

 

Não obstante o Egipto ser hoje uma espécie de Ditadura Militar disfarçada a tolerância voltou a marcar presença nas ruas do Cairo, a liberdade religiosa é, novamente, uma realidade e o Turismo (principal fonte de receita do País) vai de “vento em popa”.

 

4 –  A caminhada da Primavera Árabe culminou na Síria e Iémen. De fora ficaram Estados como o Irão e Turquia onde se faz de conta que existe uma Democracia, mas este “ficar de fora” não estranha a ninguém.

 

O que sucedeu na Síria e Iémen é por demais conhecido. Duas guerras e nascimento do Daesh que reclamou para si parte do Iraque e Síria. No Iémen a Arábia Saudita é “forçada” a entrar no conflito para evitar o avanço territorial do Daesh.

 

Em suma a Primavera Árabe, uma “invenção” do Ocidente, trouxe ao Mundo Guerras, Estados Fascistas, Violações constantes dos Direitos Humanos, Crise de Refugiados, Conflitos Religiosos, terrorismo e por aí adiante.

 

Temos, efectivamente, múltiplas razões para relembrar a dita Primavera com satisfação e um enorme sorriso. Festejemos irmãos. Festejemos por termos feito do Mundo um lugar pior do que quando em certos Países existiam Ditaduras que mantinham a serenidade e compreensão entre os Povos numa Região tão complexa como o Médio Oriente.

 

Artigo publicado no Repórter Sombra

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publicado às 22:03


O Bom, o Mau e o Vilão de 2015

por Pedro Silva, em 28.12.15

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2015 está quase a chegar ao fim e manda a tradição que todos façamos uma pequena retrospectiva do que aconteceu durante o ano.

 

Sucede porém que eu não sou tradicionalista e não tenho por hábito seguir rotinas que se prolonguem no tempo. Isto porque acredito que os hábitos mudam com os tempos e como tal vou antes enumerar os três factos que, a meu ver, marcaram o ano de 2015. Depois caberá a cada um fazer a sua parte.

 

Vamos lá então a esta árdua tarefa recorrendo ao fantástico e “baratucho” filme de Sérgio Leone.

 

Há muito por onde escolher… Vejamos…

 

Poderia colocar como Bom o famoso acordo mundial sobre o Clima mas num Mundo onde o Capital é Rei e Senhor não creio que se vá cumprir à risca o dito Acordo de Paris mesmo que esteja em jogo o futuro das próximas gerações. Hipocrisia nunca é nada de bom. Está mais para Mau.

 

E que tal irmos ao Mundo do Futebol? Mas aí teremos de se escolher algo que seja do agrado de todos. Ora vejamos… Que tal a “limpeza” que se está a levar a cabo na FIFA? Espera. Isto não é nada de bom porque demonstra, mais uma vez, que onde há muito dinheiro há corrupção. E corrupção não é, nem nunca será, uma coisa boa. Para mais o assunto só veio á balia porque os Ingleses não vão organizar os dois próximos Mundiais de Futebol. Ora bolas mais um Mau. Mas já encontramos um dos Vilões de 2015.

 

Vamos então á Sociedade a ver se encontramos algo de bom. A crise dos refugiados e a humanidade dos Europeus parece-me ser algo que se enquadra dentro das coisas boas de 2015. Mas espera… Só agora me lembrei que os Europeus só sabem ser humanos quando os Media focam crianças mortas numa praia Grega e quando um conjunto de atrasados metais se lembra de andar aos tiros e a fazer-se explodir nas ruas de Paris. Para mais 2015 foi o ano em que a xenofobia voltou em força ao Velho Continente expondo a ignorância que existe, em largas proporções, em certas zonas da Europa (muito em especial no Norte e Centro) … Esqueçam a Sociedade então!

 

Ora bolas… Tenho de voltar novamente á Política!

 

Ora deixa cá ver algo que tenha sido bom para todos em 2015 … Na União Europeia o que mais tivemos foram coisa típicas de um Vilão dado que durante mais de meio ano vimos uma Europa partida em dois (Norte e Sul) numa espécie de Guerra Fria onde a Europa do Norte massacrou por completo a Europa do Sul. Por França a Extrema-Direita cresceu a olhos vitos, na Hungria e na Polónia temos dois Ditador. Perdão! Conservadores a liderar os respectivos Países. Já na Península Ibérica parece que a Democracia voltou a ser aquilo que realmente é, mas usto não agrada a muita gente e esta gente tudo vai fazer para que a democracia volte a ser a podridão que era no antigamente.

 

E se numa última tentativa eu tentar ver se encontro algo de bom no que tem sucedido na Síria e Iraque?

 

Notícias recentes deram conta de que os Estados Unidos da América já reconhecem que a solução da crise Síria passa pelo respeito da soberania Síria aceitando quem a governa. Para mais o Exército Iraquiano parece estar a ganhar terreno ao Daesh!

 

Mas vamos com calma… Soube agora que os Norte-americanos voltaram a embirrar com os Russos… porque os Caças Russos feriram de morte o líder de um dos ditos Rebeldes pró América… E eu a pensar que ia, finalmente, encontrar aqui o Bom de 2015!

 

Ora bolas, Parece que 2015 foi aquilo que se pode designar de Annus Horribilis. E eu nem me lembrei de falar aqui das falcatruas do Governo Passos/Portas que tiveram o seu ponto alto na implosão do BANIF!

 

Mas vá o que nos move é a esperança e eu tenho esperança de que o ano de 2016 seja um ano em que tudo vá mudar para melhor. Isto se Marcelo Rebelo de Sousa não vier a ser o nosso próximo Presidente da República… Ou melhor, se não tivermos Maria de Belém como Presidente da República… Não! Desculpem, Enganei-me. 2016 será muito melhor se Edgar Silva não for o nosso PR. Ou será que é  Marisa Matias a pior escolha de todas?

 

Sabem que mais? Que se lixe isto do bom e do mau de 2015. Façam mas é o favor de entrar em 2016 com um enorme sorriso e com muita vontade de lutar por um futuro melhor!

 

Artigo publicado no Repórter Sombra

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publicado às 22:02


Democracia

por Pedro Silva, em 17.11.15

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1 - Democracia (do grego demos, "povo", e kratos, "autoridade"). Segundo o dicionário Aurélio: ” Governo do povo; soberania popular; democratismo. Doutrina ou regime político baseado nos princípios da soberania popular e da distribuição eqüitativa do poder.” “É o governo do povo, para o povo, pelo povo”. “Governo do povo” quer dizer governo com um sentido popular; “para o povo” significa que o objectivo é o bem do povo; “pelo povo” quer dizer realizado pelo próprio povo. Na Democracia é o povo quem toma as decisões políticas importantes (directa ou indirectamente por meio de representantes eleitos).

 

Em cima temos a definição de Democracia. Agora vejamos o que se diz sobre os poderes da nossa Assembleia da República e como se forma um Governo em Portugal segundo a Constituição da República Portuguesa que se encontra em vigor:

 

O Governo é constituído tendo em conta o resultado das eleições legislativas (assim se designam as eleições para a Assembleia da República). A seguir à tomada de posse, o Governo apresenta o seu Programa à Assembleia da República que o aprecia num período máximo de três reuniões plenárias. Durante o debate do Programa do Governo qualquer grupo parlamentar6 da oposição pode propor a rejeição do Programa do Governo ou o Governo solicitar a aprovação de um voto de confiança. Em qualquer momento, e sobre assuntos de relevante interesse nacional, o Governo poderá solicitar a aprovação de uma moção de confiança. De igual modo, qualquer grupo parlamentar poderá apresentar uma moção de censura ao Governo. A aprovação de uma moção de censura pela maioria absoluta dos Deputados em funções ou a rejeição de uma moção de confiança pela maioria simples dos Deputados presentes provocarão a demissão do Governo.

 

Acrescente-se ao que expus atrás que nas últimas eleições a PàF (Coligação PSD/CDS) obteve 38,4% dos votos. Já PS/BE/PCP E PEV juntos obtiveram 50,7% dos votos.

 

Temos então que a Esquerda junta tem uma maioria clara que a Direita junta não conseguiu obter através do voto popular.

 

Ora perante este cenário custa-me a perceber como é que Pedro Passos Coelho, Paulo Portas e demais personalidades de ideologia de Direita conseguem vir para a Praça Pública com termos como “Golpe de Estado”, “Golpistas”, “Imoral”, “Fraude Eleitoral” e por aí adiante quando em Democracia quem tem maioria é quem governa?

 

2 - Fico deveras impressionado (se calhar não deveria ficar) com a quantidade de personalidades da Direita Portuguesa que tem apelado vezes sem conta a Cavaco Silva para que este não indigite António Costa como 1.º Ministro de Portugal.

 

Tais personalidades preferem que Portugal tenha um Governo de Gestão liderado por Pedro Passos Coelho que actue no limite da legalidade como actuou recentemente no caso da privatização da TAP e que limite, sempre que possível, a actuaçção da Assembleia da República.

 

Tais personalidades preferem que após 6 meses de Governo de Gestão Portugal esteja, novamente, às portas de um novo resgate internacional do que em ter um Governo legítimo já no final da semana. Isto após terem estado semanas a dizer que Portugal necessita de estabilidade e que está no caminho da recuperação económica.

 

E dizem estas personalidades "Portugal à Frente (PàF).

 

3 - Como um palhaço só não faz o circo eis que começou o prometido e esperado ataque feroz e cobarde da Imprensa Conservadora. Na semana passada li o seguinte no Jornal de Notícias:

 

"Em nenhum momento os acordos assinados com Bloco de Esquerda e PCP antecipam esse cenário à letra. O que consta do acordo com os bloquistas é a reposição trimestral dos ordenados. O JN faz a ponte com esse dado e adianta que os duodécimos serão ajustados a cada três meses, de acordo com o corte salarial em vigor. Significa isto que, nos três últimos meses do ano, as tranches serão pagas sem qualquer redução."

 

Com que base o dito jornal retira esta conclusão alarmista dado que ainda não é certo que o corte salarial em vigor seja para se manter?

 

Haja decoro Srs. e Sras. Jornalistas. O vosso dever é o de informar e não o de especular.

 

4 - Falemos agora dos três acordos que uniram a Esquerda na Assembleia da República.

Sobre os ditos Acordos já li e ouvi de tudo, mas a critica quem me tem chamado mais a atenção é a de que são curtos e deixam no ar possibilidades que somente a Direita e eus apoiantes conseguem ver após terem “analisado” os acordos à luz de um qualquer microscópio. Uma das lacunas que tem vindo a terreiro prende-se com o facto que BE, PCP e PEV podem apresentar moções de censura a um futuro Executivo PS obrigando, desta forma, a que tenhamos de ir a eleições novamente provocando uma crise política aguda em Portugal.

 

Ora bem, eu sei que quando se está desesperado qualquer coisa serve para se salvar mas como parto do princípio que tais críticas são oriundas de pessoas inteligentes deduzo, portanto, que actuam de má-fé.

 

BE, PCP e PEV ao terem rejeitado o Governo PàF colocaram em cima da mesma a sua futura sobrevivência política- Se falharem darão á Direita a possibilidade de governar como quiser por muitos e longos anos. Cabe então na cabeça de alguém que PCP, PEV E BE apresentem moções de censura contra uma solução que eles próprios criaram? Mas está tudo parvo?

 

E aproveito desde já para dizer que o mesmo tipo de lógica se aplica à não aprovação de um Orçamento de um Governo PS liderado por António Costa.

 

E não me venham cá com a ladainha (já gasta) de que os Acordos são insuficientes. Tenham vergonha na cara porque é de todo impossível criar um Acordo que preveja todos os procedimentos que a Esquerda terá de adoptar. Nem a Direita conseguiu tal proeza e a prova disto mesmo é que durante a Governação de Passos Coelho este foi confrontado com o “irrevogável” de Paulo Portas que passou de imediato a “revogável” após algumas alterações ao Acordo de Coligação que o PSD celebrou com o CDS após ter vencido as eleições legislativas de 2011.

 

5 - Uma coisa é certa, toda esta situação onde a Direita tem mostrado tiques ditatoriais e de autoritarismo poderá ter sido evitada. E poderia ter sido evitada se os actores da Direita tivessem actuado com boa-fé e respeito por todos. Ora vejamos.

 

Cavaco Silva está impedido de convocar novas eleições porque não pode dissolver a Assembleia da República (só o pode fazer 6 meses após as eleições legislativas) e porque em Março do próximo ano vamos ter eleições para a Presidência da República. Então por que razão Cavaco Silva não marcou mais cedo as últimas eleições legislativas para poder ter mais “espaço de manobra”? Simples, porque quis proteger ao máximo o Governo de Passos/Portas porque se tivesse marcado as eleições mais cedo o PS de António Costa teria conseguido uma vitória esmagadora como indicavam as sondagens. O resultado é que se vê.

 

Mas Cavaco não está só nisto das culpas. Pedro Passos Coelho e Paulo Portas também têm a sua culpa neste cartório.

 

Cavaco Silva encarregou Passos de tentar negociar com a Oposição uma solução duradoura para o problema do seu Governo minoritário. Só que Passos Coelho não é pessoa para conversar com quem não siga a sua linha de pensamento e, juntamente com Paulo Portas decide adoptar a linguagem que utilizou desde 2011 até ao presente… Os termos “geringonça”, “bebedeira” e “ressaca” são bem elucidativos do estado de espirito com que Passos e Portas tentaram negociar com o PS (para eles BE, PCP e PEV não existem) a solução de estabilidade do seu Governo minoritário.

 

Temos, portanto, que quando Passos foi a Belém dar conta do estado da negociação com a Oposição eis que este apresentou uma mão cheia de nada. Caberia, então, a Passos Coelho a obrigação de informar o Sr. Presidente da República de que não tinha condições para governar, mas o homem tem um ego maior do que a razão e agora todos ficamos a perceber que a Direita em Portugal só respeita a Democracia e a Assembleia da República quando “lhe dá quele jeito”.

 

Artigo publicado no Repórter Sombra

 

p.s. Peço desculpa pelo atraso na publicação da minha última crónica de opinião mas problemas alheios impossibilitaram que a mesma pudesse ser publicada no dia habitual (Segunda-feira). Desde já grato pela vossa compreensão.

 

Crónica de analise ao Luxemburgo x Portugal será publicada amanhã (Quarta-feira, 18 de Novembro).

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publicado às 13:03

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1 - Em conversa com um amigo meu sobre o actual panorama político do nosso país eis que a certa altura este me sai com esta frase: “A Direita mais estúpida de todos os tempos”

 

Admito que este tem a sua razão não obstante a terminologia utilizada seja algo grosseira. E não é por mero acaso que acabo a concordar com tal conclusão. Senão vejamos; esta mesma Direita afirma publicamente que quer dialogar com todas as forças políticas impondo ao mesmo tempo a sua visão neo liberal de um Portugal onde o Estado Social seja uma miragem.

 

Ao longo de 40 anos de Democracia o Bloco Central governou tendo como pilar fundamental da sua existência o Estado Social. Nos últimos 4 anos Pedro Passos Coelho, com o apoio de Paulo Portas, destruiu quase por completo este elo e agora a Direita quer que tudo decorra como se nada se tivesse sucedido?

 

2 - Outra patetice que tem sido repetida pela Direita na sua vã tentativa de sobreviver á sua própria morte prende-se com a questão da economia/finanças do Estado.

 Diz esta que o nosso país não irá sobreviver à verdadeira repartição de sacrifícios que a Esquerda pretende implementar. Contudo se vamos pelo campo dos números temos de ”jogar com o baralho todo”. O mesmo é dizer que há que colocar em cima da mesa o facto de o défice Português ter disparado ao longo dos últimos 4 anos em que a Direita esteve no Poder. Assim como também não podemos deixar de notar que o que hoje na economia/finanças é verdade, amanhã pode muito bem vir a ser mentira.

 

Vou recorrer a um exemplo para se perceber onde quero chegar. Nas previsões económicas de outono, divulgadas a semana passada, Bruxelas antecipou um défice de 3% para Portugal. Um valor ligeiramente abaixo dos 3,1% previstos na primavera. Isto porque a Comissão espera que a receita dos impostos indirectos aumente ainda mais devido ao maior consumo, ao passo que a despesa com o desemprego deverá ser mais baixa do que o esperado, devido à melhoria do mercado de trabalho.

 

Agora imaginemos que o consumo não aumenta como a Comissão tinha previsto e que o desemprego volta a subir. Que vai acontecer? Um enorme rombo nas contas públicas! Mas a Direita tem andado nos últimos 15 dias a apregoar que somente com a Esquerda no Poder é que haverá cenários catastróficos para o nosso país…

 

3 - Ainda dentro da temática aproveito para trazer à colação a “ponta da lança” da Direita Portuguesa. A “cereja no topo do bolo” que tem estado a ser cozinhado em lume brando num forno de nome Comunicação Social.

 

Na semana passada noticiou o Semanário Expresso que existem "100 empresários preocupados com “incerteza política” e com Governo apoiado no BE e PCP".

 

100 votos (penso eu  que na PàF) que não querem que a Democracia siga o seu normal e legal rumo. Razão para tal? Não sei mas posso especular que seja pelo facto de a tal de "recuperação económica"  (se é que houve alguma) ter sido feita ao longo dos últimos 4 anos à custa de cortes no Estado Social, Função Pública, Pensões e patrocínio Estadual da precariedade no trabalho.

 

Para mais entre estes 100 Empresários estão aqueles que vivem e sobrevivem á custa dos “subsídios” e necessárias extravagâncias do Estado Português.

 

Mas o mais engraçado é que este manifesto critica um possível Governo de Esquerda sem sequer saber qual a sua base programática para a economia/finanças.

 

Realmente um Governo de Esquerda assusta muita gente. Talvez porque a estupidez tenha mesmo tomado conta da ala Direita da nossa Democracia.

 

4 - Uma última nota sobre o sucedido no Algarve. Primeiro acontece uma desgraça numa região do país que vive do Turismo e que acolhe milhares de Turistas ao longo do ano.

 

Agora ficamos todos a saber que na zona de Albufeira onde as cheias provocaram maiores estragos existe uma ribeira e que se construiu por cima desta.

 

E como se não bastasse ficamos também a saber que por debaixo desta construção existem comportas que não foram accionadas a tempo porque a Câmara Municipal de Albufeira diz não ter sido avisada pela Protecção Civil e pelo Instituto Português do Mar e da Atmosfera sobre o real índice de pluviosidade. Por seu turno a Protecção civil diz ter avisado o Município em causa a tempo e horas e ter agido a tempo e horas conforme todas as suas competências.

 

No meio de tudo isto temos o Ministério da Administração Interna a cumprir a penitência do silêncio total pela morte de um Apóstolo de Deus e o Ministério do Ambiente, Ordenamento do Território e Energia a contar o quanto arrecadou com o imposto dos sacos de plásticos.

 

Temos ou não temos “A Direita mais estúpida de todos os tempos”?

 

Artigo publicado no Repórter Sombra

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publicado às 16:58


Portugal atrás com tretas à frente

por Pedro Silva, em 06.10.15

Imagem Crónica Repórter Sombra (especial Legisla 

1 - Antes de mais há que dizer que nestas eleições legislativas a grande vencedora foi, novamente, a abstenção. Esta ficou-se pelos 43,07%, a maior de sempre registada em eleições legislativas.

Por si só este facto é elucidativo de como todos perdemos e nada aprendemos com o passado. Tal exige uma profunda reflexão da parte de Partidos políticos e Cidadãos, mas neste moimento está tudo muito mais preocupado em como se vai governar daqui para a frente sabendo de antemão que esta mesma governação está condenada ao fracasso no médio prazo. Já lá vamos.

 

2 - Embora discorde totalmente da forma como tudo funciona na União Europeia/zona euro tenho de olhar para o resultado das eleições legislativas de 2015 e retirar a conclusão de que isto vai correr mal. Muito mal.

Ora bem, o resultado das Eleições ditou uma “vitóriazinha” da Coligação Portugal à Frente. Ou seja; a Coligação terá de formar Governo tendo por base uma maioria minoritária na Assembleia da República. Dito de outra forma se Passos Coelho e Paulo Potras quiserem governar vão necessitar de celebrar acordos sectoriais com o Partido Socialista. E só o poderão fazer com este dado que tanto o Bloco de Esquerda como a CDU (Coligação PCP e Verdes) inviabilizaram, desde logo, a possibilidade de qualquer entendimento com a vencedora das eleições.

 

Sendo assim tendo por base as recentes experiências e a forma como Bruxelas pensa e age no que á sua zona euro diz respeito e dado que ainda está por surgir medidas que protejam os Estados-membros da especulação das agências de rating, é de esperar que os próximos tempos sejam difíceis. Muito difíceis para todos nós Portugueses porque vai ser de todo complicado Portugal continuar a seguir a fórmula da austeridade bruta de que Bruxelas é adepta se não houver entendimentos na nossa Assembleia da República.

 

Não creio que venhamos a ter os mesmos problemas dos Gregos mas se vamos ter sobre o nosso País um tremenda pressão a todos os níveis vamos de certeza e quem vai sofrer com tal serão os mesmos de sempre (os Portugueses). Para mais o Sr. Ministro das Finanças da Alemanha já deu o mote: continuar com a austeridade.

 

3 - Como já aqui disse a Coligação Portugal à Frente (PSD/CDS) alcançou uma “vitóriazinha” nestas legislativas. Perdeu votos, perdeu Deputados na Assembleia da República e viu a Esquerda (especialmente a extrema esquerda) aumentar a sua força e presença política nas bancadas do nosso Parlamento.

 

Não vai ser nada fácil governar assim. Especialmente se tivermos em linha de conta que, por acordo entre Passos e Portas, desta vez o CDS-PP irá ter mais Deputados na sua Bancada.

 

Com toda a certeza que o Governo que Passos e Portas irão apresentar ao Sr. Presidente da República terá muitos elementos dos Centristas e poucos dos Sociais-democratas, ou seja; vamos ter um Governo ultra conservador que terá de levar a cabo uma série interminável de entendimentos com a Esquerda moderada (Partido Socialista) e radical (Bloco de Esquerda e CDU).

 

Tudo indicia, à partida, que este é um Governo condenado ao fracasso no médio prazo. Daí que eu tenha optado pelo título “Portugal atrás com tretas à frente”.

 

Leia o resto do artigo no Repórter Sombra.

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publicado às 15:30


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  151. J
  152. A
  153. S
  154. O
  155. N
  156. D