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Sempre conheci a cidade do Porto como sendo uma cidade antiga e histórica. Há quem diga que a Invicta é tristemente cinzenta mas dizer tal coisa demonstra desconhecimento ou então má-fé porque o Porto é uma espécie de Londres muito mais pequena.
È neste ambiente histórico, de ruas pequenas que fazem dos Portuenses pessoas simples e afáveis, que eu e muito outros temos ouvido e lido o que pretendem os Candidatos à Câmara Municipal do Porto fazer para reabilitar a cidade. Todos têm um ponto em comum e defendem que o Porto deve ser reabilitado e os prédios devolutos extintos e para tal apontam medidas que passam desde uma redução da carga fiscal (IMI) à construção de casas com preços que o cidadão mediano possa adquirir.
Tudo isto são ideias bonitas e bem intencionadas. O problema é colocar tais coisas em prática e aí é que a porca torce por completo o rabo.
Como já aqui o disse, o Porto é uma cidade histórica e muitas das suas habitações já cá estão desde os inícios do Século passado e como tal muitas delas são consideras património da cidade e não podem se alteradas mas sim sofrer obras de manutenção. Para além disto estes mesmos prédios, mesmo que devolutos, tem dono ou donos e na maior parte dos casos os donos não se entendem quanto ao que fazer com o prédio.
Perante este problema o Executivo Camarário liderado por Rui Rio optava pelo aumento do IMI dos prédios devolutos ou pela inspecção destes mas tudo acabava no pagamento do Imposto pelos seus Proprietários ou então levavam a cabo a obra que a CMP exigia porque o dito edifício era um perigo para a via pública.
E como um mal nunca vêm só, o grande êxodo para a Maia, Matosinhos, Rio Tinto e Gondomar da década de 90 resultante de uma política fiscal muito favorável a quem queria comprar casa fez com que o Porto tenha ficado com uma muito menor densidade populacional que se reflectiu na receita fiscal, para além de que o crescimento impressionante dessas cidades “cercou” a Invicta e esta agora apenas pode crescer para o ar porque para os lados está tudo ocupado.
Ora perante o exposto confesso que fico arrepiado com a leviandade com que os candidatos à CMP abordam este tema da modernização da Invicta. Por isto das duas uma, ou a Câmara Municipal do Porto vai andar anos a fios em processos intermináveis nos Tribunais porque quer ocupar os prédios devolutos alegando interesse público ou então os candidatos “botam muita faladura mas fazer algo vai no Batalha”.