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A ONU é isto

por Pedro Silva, em 09.01.17

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Quando António Guterres venceu a eleição para Secretário-geral das Nações Unidas (ONU) achei por bem não fazer eco de tal façanha. Isto apesar de a eleição de Guterres ter sido justa e um sinal claro de que na política internacional a chico espertice da direita europeia não consegue (felizmente) meter o nariz. E tudo isto porque - bem vistas as coisas - a ONU não é mais do que uma instituição altamente complexa, inquinada, desigual, descontextualizada e completamente obsoleta que ao longo dos tempos tem servido mais para alimentar egos, manter/criar interesses e conflitos locais do que em promover a paz no Mundo.

 

A última grande demonstração em como António Guterres vai conduzir os destinos de uma instituição completamente obsoleta e parada no tempo é a resolução da ONU sobre os colonatos de Israel.

 

Eu não discordo da necessidade de se recriminar Israel pelos actos criminosos que este Estado vem cometendo ao longo dos anos na Palestina (muitos deles com a passividade da ONU), mas a forma como a dita Resolução foi aprovada é – mais um - sinal de que a ONU, tal como está, não serve os interesses da paz no Mundo. E não vejo um qualquer milagre made in Guterres que consiga dar a volta a isto.

 

Não se tenha a mais pequena dúvida de que esta última reprimenda internacional a Israel não é mais do que uma simples jogada política que tem como objectivo dificultar o trabalho de Donald Trump como Presidente dos Estados Unidos da América. Ou melhor, já não basta à América ter como próximo Presidente um maníaco e temos agora a administração Obama em final de funções a fazer o impossível para que a loucura xenofónica de Trump seja ainda maior.

 

Fica mal a Obama utilizar a ONU para a sua guerrilha privada. Assim como fica muito mal aos Estados Unidos da América utilizar a ONU e uma zona tão problemática como o Médio Oriente para um vergonhoso trocadilho político. Já chega e basta a Síria e a tremenda barafunda que a administração Obama patrocinou e armou em todo o mundo árabe.

 

Já se a ideia de Obama foi a de se prejudicar a já de si muito parca imagem da ONU então o sucesso foi total. Hoje em dia a ONU é isto. Um local onde - ainda - se contam espingardas, se cerram fileiras, se montam e desmontam esquemas quando o que realmente deveria ser feito era o impossível para se promover a paz e o diálogo entre os Povos.

 

Uma nota final para aqui dizer o que me vai na Alma sobre a morte de Mário Soares.

 

Obviamente que Mário Soares merece o respeito de todo e qualquer português republicano e defensor da Democracia (tal não se aplica aos famosos “retornados” que queriam que a guerra colonial perdurasse ab eternum. Assim como suspiram pelo regime bolorento de Salazar), mas há que ser justo na vida e na morte.

 

Mário Soares foi o pai da nossa Democracia. Soares foi um lutador que permitiu que Portugal seja hoje um país respeitado e reconhecido internacionalmente. Foi Soares quem permitiu que hoje tenhamos uma Democracia pluralista ao contrário daquilo que Álvaro Cunhal pretendia.

 

Mas na década a seguir a Abril Mário Soares deixou de ser um revolucionário pluralista para passar a ser – mais - um político contraditório. Soares perdeu imensas qualidades ao longo dos tempos, acabando por ter um final de carreira política embaraçoso.

 

Que Mário Soares descanse em paz, mas que acima de tudo seja feita a devida justiça para que Soares o Revolucionário não prevaleça a todo o custo sobre Soares o Político.

 

Artigo publicado no site Repórter Sombra (09/01/2017)

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publicado às 16:00


A vitória da América sobre a América

por Pedro Silva, em 14.11.16

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Contra tudo e contra todos Donald Trump foi eleito Presidente dos Estados Unidos da América (USA). Confesso que fiquei um tudo ou nada surpreso quando soube de tal, mas após uma breve reflexão acabei a concluir que tal é perfeitamente normal dado que falamos de um povo que, para além de racista, paranoico e narcisista é profundamente idiota. Só assim se explica que um racista, paranoico, narcisista e profundamente idiota como Donald Trump tenha sido eleito Presidente dos USA. Somente quem acorda todos os dias a cantar star and stripes forever é que pode discordar de tal.

 

Mas apesar de tudo há que fazer aqui uma importante distinção. É que nem toda a América é a América de Trump. Passo a explicar.

 

Vamos imaginar que os USA da seguinte forma. De um lado temos a costa oeste e a costa leste. No meio temos a centro dos USA. As costas representam – simbolicamente falando – 10% da população norte-americana (cada uma). A do centro representa 80% da aqui referida população.

 

Agora tenhamos em atenção um importante pormenor; em ambas as costas dos USA temos uma população diversificada em termos de raça e cor e que, por força da sua história, sofreu influências europeias. Tal faz com que estas populações vejam e sintam o mundo quase da mesma forma que nós (europeus). Já a população que reside na parte central dos USA – e que constitui a maior fatia populacional do país - é egocêntrica, fechada em si mesmo, orgulhosa, belicista e ignorante. È nesta parcela populacional que ainda residem as “feridas” (racismo e outras coisas tais) antigas dos Estados Unidos da América.

 

Feito este simples e realístico exercício, passemos então a uma segunda fase. Vamos agora acrescentar os seguintes factos: crise imobiliária, colapso da banca e desemprego galopante. São três “coisinhas” que correram – tal como nas costas oeste e leste - toda a parte central dos USA e, inclusive, devastaram cidades inteiras. Nos últimos 8 anos a administração Obama tentou resolver todos os problemas provocados pela crise imobiliária/colapso da banca/desemprego galopante, mas sempre com relativo sucesso pois o problema maior não reside – somente - nos Estados Unidos mas sim em todo um Mundo que está completamente entregue a um sistema capitalista que está muito próximo do colapso.

 

Ora é neste cenário que fomos montando até aqui que Donald Trump concorreu às primárias do seu partido. E não lhe foi nada complicado vencer as ditas dado que este se limitou a explorar o que tinha em seu redor dizendo aquilo que a América queria ouvir. O mesmo acabou por suceder na eleição para Presidente dos Estados Unidos da América com a agravante de que a sua opositora – Hillary Clinton - esteve envolvida numa série de escândalos. Não admira, repito, que a eleição de Donald Trump tenha sido perfeitamente normal.

 

O que podemos - e devemos afirmar - é que esta eleição de Trump acabou, no fundo e no cabo, por ser uma vitória da América sobre a América. Colocando isto de outra forma, a América dos idiotas derrotou a América com a qual muitos de nós (europeus) nos identificamos e respeitamos.

 

Uma nota final sobre as manifestações daquela América que não se identifica com Trump. Todos têm o direito de manifestar o seu desagrado. Convêm é que haja alguma coerência senão acabam por ser tomados por idiotas. Vem isto a respeito da razão das manifestações contra o sistema eleitoral norte-americano. Quer dizer, primeiro aceitam as regras do jogo e depois contestam as ditas porque o resultado final não é do seu agrado? Citando um excerto da canção "American Idiot" da banda norte-americana Green Day:

 

Don't wanna be an American idiot.
Don't want a nation under the new mania
And can you hear the sound of hysteria?
The subliminal mind fuck America.

 

Artigo publicado no site Repórter Sombra (14/11/2016)

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publicado às 16:45


Uma solução e dois problemas

por Pedro Silva, em 01.08.16

Imagem Crónica RS.jpg 

É certo e sabido que o mundo político teve – e tem – agora uma solução que aliviou um pouco o tenso clima de crispação que a União Europeia criou, geriu e alimentou nos últimos quatro longos anos. Mas é também certo e sabido que os recentes acontecimentos políticos nos Estados Unidos da América criaram não um, mas sim dois enormes problemas políticos cuja gravidade está ainda por se definir verdadeiramente dado que ainda muitos não querem que se saiba qual a real extensão da problemática com que os Povos terão de lidar a partir do próximo semestre do corrente ano cível de 2016.

 

Comecemos então pela solução. Não podemos dizer com certeza absoluta de que é realmente uma solução, mas quando um país pequeno como Portugal consegue, com sucesso, juntar uma série de parceiros europeus na defesa da não imposição de sanções devido a uma herança do Governo Passos/Portas é - por si só – um manifesto sinal de que a União Europeia começa a buscar uma solução que a retire da “idade média” que tem marcado a sua actuação nos últimos 4 anos.

 

Ainda por força da não imposição das sanções a Portugal e Espanha, começam – finalmente - a surgir vozes dentro da complicada e nada transparente orgânica da União Europeia a defender uma revisão profunda de um Tratado Orçamental injusto e desfasado da realidade que se mostra cada vez mais obsoleto perante os problemas da Europa. É caso para se dizer que custou mas foi! Contudo vamos a ver como vai isto evoluir a partir de Setembro.

 

Exposta a solução passemos aos problemas. E são muito fáceis de se identificar (até mesmo poe quem está completamente a lés da política). Os Estados Unidos da América já definiram quem serão os seus candidatos a suceder a Barack Obama na presidência dos USA. O candidato do Partido Republicano é o milionário Donald Trump, figura por demais conhecida de toda a gente por causa das suas ideias e declarações polémicas. Por seu turno o Partido Democrata escolheu Hillary Clinton para suceder a Obama. Ambos são, e serão um tremendo problema, para os Estados Unidos da América e para o Mundo.

 

E porque considero Trump e Hillary um problema a todos os níveis?

 

 Porque Trump é um bronco ignorante que faz da violência e da xenofobia a sua maior arma eleitoral e Hillary é a “Sra. da Guerra” que apoiou e promoveu - directa e indirectamente - a Primavera Árabe que fez do mundo árabe a tremenda barafunda que todos conhecemos. Para além disto Hillary já foi acusada de ter utilizado os Serviços Secretos Norte-americanos em operações ilegais de vigilância.

 

E nem vou aqui fazer referência à forma vergonhosa como Bernie Sanders foi literalmente “empurrado” para fora da corrida presidencial pelos corredores do poder do Partido de Hillary Clinton.

 

Em suma; tanto Donald Trump como Hillary Clinton são a face de problemas antigos que assolam os Estados Unidos da América e Mundo dado que ambos têm tudo aquilo que os habituais lobbys das armas - e outros tais - tanto gostam.

 

Texto de opinião publicado no site Repórter Sombra (01/08/2017)

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publicado às 21:53


Golpada Americana

por Pedro Silva, em 25.12.14

Não. Não vou aqui opinar sobre o filme da autoria do Realizador Norte-americano David O. Russell, vencedor de alguns Óscares. Refiro-me antes à enorme golpada americana levada a cabo pela Sony numa promoção sem precedentes de um filme que a Produtora lançou recentemente.

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Refiro-me, obviamente, ao Uma entrevista de loucos. Este filme foi marcado por uma polémica sem precedentes porque, ao que parece, foi alvo de censura pela Coreia do Norte. Segundo os Serviços Secretos dos Norte-americanos, o País mais isolado do Mundo e com recursos tremendamente escassos terá cometido a enorme proeza de levar cabo um ataque informático à Sony.

 

De certeza que a CIA recorreu à tortura para chegar a tão brilhante conclusão. É que, pasme-se, os Norte Coreanos não tem sequer meios suficientes para produzir electricidade, mas conseguem levar a cabo ataques informáticos. A título de exemplo diga-se que os Estudantes da única Universidade do País à noite estudam sob a luz de um par de candeeiros que estão situados na Praça principal da Capital Pyongyang.

 

Mas os tipos conseguiram levar a cabo ataques informáticos aos Estados-unidos sem a ajuda da China ou de outro qualquer seu Aliado… Quem o afirma com convicção é Barack Obama, Presidente dos Estados Unidos da América que agora lhe deu para tecer opiniões sobre cinema. Antes de ter debitado a sua “posta de pescada” sobre o filme que enfureceu o Regime Norte Coreano, Obama teve o cuidado de tornar publico os seus elogios a Boyhood do Realizador Richard Linklater. Obviamente que agora esta produção terá de “limpar” todos os Óscares da Academia claro está.

 

Quando toda esta polémica em torno do Uma entrevista de loucos rebentou li por esta internet fora muitos comentários de indignação e uma teoria da conspiração que envolvia Kim Jong-il e seus pares. Na altura fiquei de pé atrás e não reagi porque queria ver como ia esta novela terminar.

 

E acabou da forma que estava à espera… Afinal não passa tudo de uma jogada comercial de um filme que, segundo os especialistas, não é nada de especial… É como disse uma Norte-americana na televisão quando questionada sobre o dito filme: “Não tinha intenção de ver o filme, mas dada a polémica que se criou em torno do mesmo resolvi vir vê-lo”. E isto para não falar aqui no fenómeno IMDB.

 

Depois os terroristas são os outros.

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publicado às 23:11


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