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"Under sandet"
Drama, História, Guerra - (2015)
Realizador: Martin Zandvliet
Elenco: Roland Møller, Mikkel Boe Følsgaard, Laura Bro
Sinopse: Um grupo de jovens alemães prisioneiros de guerra são feitos inimigos de uma nação, onde eles são agora obrigados a cavar 2 milhões de minas terrestres com as suas próprias mãos.
Critica: Começo a gostar cada vez mais destas produções extra Hollywood. Tem sido aposta ganha esta minha odisseia por filmes estrangeiros sobre uma matéria que o universo norte-americano adora exagerar (para o seu lado, obviamente). Este germânico “Under sandet” é, sem sombra de qualquer dúvida, algo que dá gosto ver e rever.
O argumento que Martin Zandvliet escolheu para a sua produção cinematográfica é fantástico. Este versa sobre uma faceta do 2.º Guerra Mundial que praticamente ninguém fala ou opina. Acredito que na Alemanha esta parte da história seja bem conhecida, mas para quem está do lado dos vencedores é muito interessante ver o que passaram os alemães no final da dita guerra. Se lhe juntarmos uma excelente e bem doseada carga dramática, eis que temos aquilo que em apetece apelidar de argumento de luxo.
O elenco é bom. Muito bom. Mas é bom pelo seu todo e não por causa do desempenho de a ou b. A rigidez e extrema riqueza do argumento assim o exigem. Se porventura algum dos elementos que compõem este - curto - elenco fosse mais “fraquito”, a qualidade do filme desceria muito. A história exigiu alguns dos melhores da sétima arte da Alemanha e estou perfeitamente convencido de que Martin Zandvliet procurou seguir tal nesta sua produção.
Os cenários e banda sonora é que poderiam estar um tudo ou nada melhor. É um facto que a banda sonora não tem aqui um papel muito importante, mas também não era preciso “apaga-la do mapa”. Os cenários embora muito pouco diversificados poderiam estar um tudo ou nada mais bem explorados no que à sua filmagem diz respeito (especialmente na fase final do filme).
Em suma; “Under sandet” tem a minha alta recomendação. Vejam, apreciem e aprendam algo com ele pois vale sempre a pena conhecer os dois lados de um conflito
"A escolha do Rei"
Drama, História, Guerra - (2016)
Realizador: Erik Poppe
Elenco: Jesper Christensen, Anders Baasmo Christiansen, Odd-Audor Bentsen, Anders Vegdal Bjerke
Sinopse: Na dia 9 de abril de 1940, os soldados alemães chegam à cidade de Oslo. O rei da Noruega enfrenta uma escolha que vai mudar seu país para sempre.
Critica: Por vezes é uma excelente ideia sair do circuito fechado do cinema norte-americano para experimentar algo diferente. E ao fazermos tal coisa corremos o sério risco de darmos de caras com um filme que nos surpreende pela positiva. E foi exactamente isto que me aconteceu com este filme norueguês que tem o pomposo título de “Kongens Nei”. Uma excelente reconstituição, com algum drama à mistura, de tudo o que aconteceu na Noruega no princípio da 2.ª Guerra Mundial. “Kongens Nei” coloca também a nu a forma como os alemães lidavam com as relações internacionais na altura e com o regime de Hitler tratava a sua oposição interna. Um excelente filme!
Erik Poppe criou um argumento que faz deste “Kongens Nei” algo de muito agradável de se seguir. Sem fugir, uma vez que fosse, à realidade dos factos que ocorreram na altura em que a história se desenrola, o realizador norueguês teve a enorme capacidade de colocar a necessária carga dramática em cima da história que o seu povo viveu na altura e que este tão bem retrata no seu filme. Toda a vivência da família real, os seus anseios, as suas indecisões, a revolta, as curiosidades em torno da questão do momento e tudo o mais estão presentes num argumento capaz de fazer corar muito artista “hollywoodiano”.
O elenco teve uma prestação ímpar. Não tenho um único senão a apontar a todos eles. Parabéns a todos pelos fantásticos desempenhos. Já os que tiveram um papel secundário bem que poderiam ter mostrado um pouco mais de naturalidade em certas cenas (especialmente nas de combate).
Os cenários bem que poderiam, e deveriam, estar mais bem filmados. Em certos momentos parece que estamos a ver uma espécie de vídeo amador. Tal não seria um grande problema se houvesse mais abundância no que a este aspecto diz respeito. Valha-nos a banda sonora, o argumento e o desempenho do elenco para não se dar grande importância a esta lacuna.
Em suma; “Kongens Nei” tem a minha alta recomendação.
"It"
Aventura, Drama, Terror - (2017)
Realizador: Andy Muschietti
Elenco: Jaeden Lieberher, Bill Skarsgård, Jeremy Ray Taylor
Sinopse: Quando as crianças começam a desaparecer na cidade de Derry, no Maine, as crianças do bairro unem-se para atacar Pennywise, um palhaço malvado, cuja história de assassinato e violência remonta há séculos.
Critica: Pelos vistos Hollywood agora é isto; muito marketing e qualidade zero. Confesso que parti para este tal de “It” com as expectativas elevadas (tal foi a publicidade que lhe fizeram), mas esta minha aposta revelou ser infeliz. Muito infeliz. Andy Muschietti preocupou-se mais em passar a constante e pachorrenta mensagem de que virão aí mais “It” num futuro que espero que não seja próximo do que em criar algo que honrasse as famosas American Horror Stories.
O problema deste novo “It” reside, essencialmente, no seu argumento. Pobre, pobrezinho e cheio de clichés à moda dos States. Tenho para mim que argumento de filme de terror tem de ter conteúdo e, sobretudo, fazer sentido. Fazer de tudo para deixar o espectador cheio de interrogações depois de ver o dito filme não é bom. Tal retira muito do interesse da tão anunciada sequela.
No elenco reside um dos factores positivos de “It”. Claro que se pode dizer que o Realizador se limitou a pedir aos miúdos para serem eles mesmos, mas não terá sido nada fácil a interpretação dos papéis que couberam a cada um dos elementos do elenco. Isto porque a época em que tudo decorre é completamente diferente da actual.
O outro ponto - quase - positivo de “It” são os seus cenários que foram extraordinariamente bem filmados. E fico-me pelo quase porque mais lá para o fim existem demasiadas cenas escuras. Tudo o que é demais é erro e retira interesse ao espectador. Já os efeitos especiais estão engraçados mas bem que poderiam estar melhor qualquer coisinha.
Em suma; não recomendo esta nova versão de “It”. Hollywood que deixe o marketing de lado e volte a apostar no que de melhor tem dentro de si. Não é assim tão complicado.
"Dunkirk"
Acção, Drama, História - (2017)
Realizador: Christopher Nolan
Elenco: Fionn Whitehead, Tom Glynn-Carney, Jack Lowden
Sinopse: Durante a Segunda Guerra Mundial acontece a Batalha de Dunquerque. É nessa cidade da França que as forças britânicas e francesas são encurraladas pelos alemães. Dessa forma entra em acção a Operação Dínamo, que visa evacuar pelo mar mais de 300 mil soldados. O filme é baseado em factos reais.
Critica: Confesso que já vi documentários sobre a temática muito (mesmo muito) melhores do que esta produção do realizador Christopher Nolan. A ideia de Nolan - presumo - terá sido a de criar um filme emocionante que fizesse com que o espectador sentisse uma série interminável de emoções mas, a meu ver, este falhou redondamente tal objectivo. Aliás, em muitos momentos Dunkirk chega a ser altamente previsível e até mesmo aborrecido. A única coisa que se aproveita é a excelente filmagem dos cenários. Salvo erro da minha parte, Dunkirk vai ser um dos nomeados para os óscares. Depois querem que eu leve isto dos óscares a sério.
O argumento de Dunkirk é pobre. Dos mais pobres que vi até à data sobre a temática. Este tenta apelar a todos os sentimentos de quem assiste ao dito filme, mas falha redondamente dado que em muitos momentos existe um vazio lógico impressionante. Para mais isto de ver os soldados aliados a serem atacados por um inimigo invisível tem muito que se lhe diga… Mau demais para ser verdade.
No elenco tenho de confessar que gostei muito do trabalho que Fionn Whitehead levou a cabo. Fionn Whitehead interpretou um papel que não era fácil de todo embora seja um tudo ou nada complicado explicar como é que na época um soldado francês conseguia ser dono de um sotaque inglês quase fluente. Pormenores… Voltando ao elenco, apenas me apraz dizer que a banalidade foi a palavra de ordem no que ao trabalho dos restantes actores diz respeito.
Repetindo o que já aqui disse, os cenários são, sem sombra de qualquer dúvida, o melhor que este Dunkirk tem para nos oferecer. Para além de serem de uma precisão fantástica estão muitíssimo bem filmados. Só é pena que o resto não lhes siga o exemplo.
Concluindo, Dunkirk não tem a minha recomendação. Este é, até à data, dos piores filmes de guerra que vi. Muito marketing… Um mal que aos poucos vai destruindo uma Hollywood que parece ter esgotado as ideias.
"Lucky"
Acção, Crime, Drama - (2017)
Realizador: Bari Kang
Elenco: Galla Borowski, Bari Kang, Andrea Kelly
Sinopse: Lucky, um imigrante sem documentos, luta para viver em Nova York, mas encontra-se preso numa rede de crime e assassinato, forçando-o a tomar medidas extremas.
Critica: “Lucky” é um “filmezito” para uma “historiazita”. Interessante dado que procura mostrar a outra América, mas ao mesmo tempo chato q.b.. Ninguém é assim tão “santinho” nem a sociedade norte-americana é assim tão “preto e branco”. Para mais existem filmes do género nem mais trabalhados e interessantes do que este bem filmado “Lucky”.
“Lucky” tem um argumento de peça de teatro. Interessante mas chatito e, em certos momentos, algo limitado. Este chega até a ser pouco ou nada original dado que difícil é a meio do filme não se perceber como vai tudo terminar. Apesar de tudo Bari Kang conseguiu fazer o que pretendia que era a crítica feroz à sociedade norte-americana se bem que não me pareça que tudo seja assim tão linear. Daí eu ter dito que este é um argumento de teatro.
No elenco confesso que gostei do trabalho do actor/realizador Bari Kang. Exagerou na parte da bondade, é um facto, mas conseguiu transmitir todos os sentimentos que assolam um ser humano que não é bem-vindo ao sonho americano. Sobre Galla Borowski pouco ou nada há a dizer dado que esta quase não passa de um personagem terciária deste “filmezito” de Bari Kang. Repito, não é por acaso que digo que este filme mais parece uma peça de teatro.
Os cenários, embora pouco diversos, estão muito bem filmados. É muito por isto que este acaba pro ser um filme agradável de se ver dado que é muito pelos cenários que vemos a América que quase ninguém conhece. Obviamente que a banda sonora também dá a sua preciosa ajuda nesta missão.
Em suma; “Lucky” preenche bem o vazio que existe no mundo do cinema nesta altura do campeonato. Tem a minha recomendação embora dentro do género já tenha visto produções cinematográficas bem melhores e mais interessantes.